Maycon Moura[1]
A
peça teatral Meu Seridó, teve como
ideia inicial de Titina Medeiros (que faz parte do elenco), uma homenagem à sua
cidade. A montagem do espetáculo durou cerca de 9 meses e possui como base a biografia
de Seridó, sertão do Rio Grande do Norte. O elenco é composto por: Titina Medeiros, Nara Kelly, Caio Padilha, Marcílio
Amorim e Igor Fortunato, com produção do grupo Casa de Zoé (RN). Direção de
César Ferrario (que também opera o som), dramaturgia
de Filipe Miguez, direção de arte de João
Marcelino, direção musical de Caio
Padilha, pesquisa de Leusa Araújo,
designer de luz feito por Ronaldo Costa,
cenotécnica de Rogério Ferraz, operação de luz de Janielson Silva e Ronaldo Costa,
técnico de montagem, Sandro Paixão.
A sincronia e a
sintonia entre os atores, o jogo com o público, o time cômico, o trabalho corporal e a atuação também ajudam e muito
na composição da história. O texto é muito bem estruturado, nota-se uma
pesquisa profunda para dar base à montagem do espetáculo, baseado na cultura
seridoense.
Foto Raíssa Dourado. |
Os
figurinos, são muito bem trabalhados de acordo com cada ator e com os movimentos
pensados de cada personagem, há momentos em que a troca de figurinos ocorre
assumidamente no palco, durante a peça, sem prejudicar ou quebrar a cena,
deixando o espetáculo mais rico.
Os
objetos cênicos, ora são cenários, ora são simples objetos. O grupo trabalha
com a ressignificação dos elementos cênicos, as molduras, que fazem parte do
cenário desde o início, por exemplo, fazem parte deste jogo cênico. Vale
ressaltar a iluminação, singela, porém, deixando a composição de cena mais
fotográfica. Grande parte da sonoplastia, executada ao vivo, tanto nos momentos
em que se quer transmitir a ideia do som das rádios antigas, quanto nas partes cantadas
da peça, é também destaque, pois além de rica, demonstra a versatilidade dos
intérpretes.
Elenco de Meu Seridó. Foto Raíssa Dourado. |
A
imersão do público é notória; falas do texto que fascinam e ao mesmo tempo nos fazem
refletir e conquistam a todos. Frases como “A
gente é feito de dor” ou “A arte
molda a sociedade”, aliadas aos demais elementos cênicos não deixam que
ninguém desgrude os olhos, ouvidos e todos os sentidos até o fim da peça. Mesmo
as crianças presentes ficaram atentas a cada cena.
Desse modo, o
espetáculo conseguiu comunicar-se com todas as faixas etárias. A riqueza de
detalhes trazida pelo grupo foi tão grande que fez com que todos que viram uma
vez, queiram ver de novo.
[1]
Maycon Douglas Pereira de
Moura: Nascido em Vilhena – RO, 25 anos, Graduado em Letras - Língua Portuguesa (2018), pela Faculdade
Metropolitana e mestrando em Literatura pela Unir. Designer gráfico, editor de
vídeo, palhaço e ator. Participou do Grupo de Teatro Wankabuki de 2013 a 2017.
Atualmente integrante do Grupo de Teatro Ruante.
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