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terça-feira, 22 de outubro de 2019

Meu Seridó



Maycon Moura[1]
        
         A peça teatral Meu Seridó, teve como ideia inicial de Titina Medeiros (que faz parte do elenco), uma homenagem à sua cidade. A montagem do espetáculo durou cerca de 9 meses e possui como base a biografia de Seridó, sertão do Rio Grande do Norte. O elenco é composto por: Titina Medeiros, Nara Kelly, Caio Padilha, Marcílio Amorim e Igor Fortunato, com produção do grupo Casa de Zoé (RN). Direção de César Ferrario (que também opera o som), dramaturgia de Filipe Miguez, direção de arte de João Marcelino, direção musical de Caio Padilha, pesquisa de Leusa Araújo, designer de luz feito por Ronaldo Costa, cenotécnica de Rogério Ferraz, operação de luz de Janielson Silva e Ronaldo Costa, técnico de montagem, Sandro Paixão.

A sincronia e a sintonia entre os atores, o jogo com o público, o time cômico, o trabalho corporal e a atuação também ajudam e muito na composição da história. O texto é muito bem estruturado, nota-se uma pesquisa profunda para dar base à montagem do espetáculo, baseado na cultura seridoense.
Foto Raíssa Dourado.

         Os figurinos, são muito bem trabalhados de acordo com cada ator e com os movimentos pensados de cada personagem, há momentos em que a troca de figurinos ocorre assumidamente no palco, durante a peça, sem prejudicar ou quebrar a cena, deixando o espetáculo mais rico.

         Os objetos cênicos, ora são cenários, ora são simples objetos. O grupo trabalha com a ressignificação dos elementos cênicos, as molduras, que fazem parte do cenário desde o início, por exemplo, fazem parte deste jogo cênico. Vale ressaltar a iluminação, singela, porém, deixando a composição de cena mais fotográfica. Grande parte da sonoplastia, executada ao vivo, tanto nos momentos em que se quer transmitir a ideia do som das rádios antigas, quanto nas partes cantadas da peça, é também destaque, pois além de rica, demonstra a versatilidade dos intérpretes.
Elenco de Meu Seridó. Foto Raíssa Dourado.

         A imersão do público é notória; falas do texto que fascinam e ao mesmo tempo nos fazem refletir e conquistam a todos. Frases como “A gente é feito de dor” ou “A arte molda a sociedade”, aliadas aos demais elementos cênicos não deixam que ninguém desgrude os olhos, ouvidos e todos os sentidos até o fim da peça. Mesmo as crianças presentes ficaram atentas a cada cena.

Desse modo, o espetáculo conseguiu comunicar-se com todas as faixas etárias. A riqueza de detalhes trazida pelo grupo foi tão grande que fez com que todos que viram uma vez, queiram ver de novo.


[1] Maycon Douglas Pereira de Moura: Nascido em Vilhena – RO, 25 anos, Graduado em Letras  - Língua Portuguesa (2018), pela Faculdade Metropolitana e mestrando em Literatura pela Unir. Designer gráfico, editor de vídeo, palhaço e ator. Participou do Grupo de Teatro Wankabuki de 2013 a 2017. Atualmente integrante do Grupo de Teatro Ruante.

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