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quinta-feira, 12 de maio de 2022

Mário Zumba - primeiro dramaturgo de Rondônia a ganhar um prêmio nacional no estado

 Apresentação/Explicação

O objetivo é, aos poucos, disponibilizar alguns documentos utilizados em minha pesquisa de doutoramento que está em andamento no Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), acerca do teatro praticado na cidade de Porto Velho entre 1978 a 2018. 

A conversa a seguir foi realizada por mim, Adailtom Alves Teixeira, no dia 30 de abril de 2022 no espaço Tapiri, após a apresentação do espetáculo Meu amigo inglês, de autoria e direção de Mário Zumba. A entrevista, a transcrição e a transcriação (texto aqui publicado)¹ foram realizadas também por mim. O diálogo ocorreu em torno de um prêmio de dramaturgia ganho por Zumba em 1987, o primeiro prêmio dessa modalidade no estado de Rondônia.

                                                  Entrevista Mário Zumba

O prêmio

Mário Zumba em cena de Meu amigo inglês
Foto Eliane Viana

Era o 15º Concurso Nacional de Dramaturgia, promovido pelo Ministério da Cultura. Era o Prêmio Pedro Veiga. Fui o primeiro dramaturgo a ganhar esse prêmio por Rondônia. O texto era um infantil, Cuidado com o tamanduá bandeira. E esse mesmo texto foi premiado depois no concurso Casa de las Americas, de Cuba. Lembra daquele acidente que houve em Goiânia, com o césio-137? O tema da peça era justamente o tamanduá bandeira construindo uma usina atômica sobre um formigueiro. Então casou tudo, entendeu?

Eu era militar, da Aeronáutica. Quando eu ganhei o prêmio em Cuba fiquei temeroso, sem saber o que fazer. Mas as Forças Armadas receberam isso com muito orgulho. Então foi legal! Eles não perceberam que o texto era altamente subversivo pra época. Hoje eu sou da reserva, mas sempre levei a vida militar e o teatro junto. E continuo escrevendo.

A vinda pra Rondônia

Eu vim pra Rondônia porque era militar. Aí cheguei aqui, conversando com um amigo, ele me levou pro Sesc e eu entrei no grupo de teatro de lá e fiquei. O teatro chama a gente. Aonde você estiver, ele te chama!

Eu já fazia teatro. Eu tinha começado, fazia teatro amador, muito novinho... aí depois que eu recebi o prêmio, eu disse: “não, agora eu tenho que ir pro Rio de Janeiro”. Aí fui pro Rio pra me profissionalizar.

Eu cheguei aqui em Rondônia em 1985 e fiquei até 1992. E segui a carreira até hoje. Aí ganhei outros prêmios. Um prêmio da prefeitura do Rio, quando eu estava lá, com outro texto. E assim fui... continuei atuando, escrevendo e dirigindo. Eu faço tudo. No Meu amigo inglês eu faço as três coisas, escrevi, dirigi e atuei. Mas essa peça está em cartaz em Belém desde 2017. Lá em Belém eu não dirijo, quem faz a direção é o Marton Maués, o diretor dos Palhaços Trovadores e eu faço com a Romana Melo. Ela é da Rede de Palhaças do Norte, é uma ativista da palhaçaria feminina na Amazônia e ela está fazendo doutorado na Bahia, na UFBA [Universidade Federal da Bahia].

O encontro com os artistas/amigos de Porto Velho

Muito legal, juntar todo mundo de novo. A Ângela Cavalcante, o Bado... o Binho já veio aqui mais cedo, Júlio Yriarte, Eri Oliveira, Suely... todo mundo aí. Foi um encontro de peso. Muito bom! Eu adorei isso!

Teatro e Forças Armadas

Mário Zumba - imagem retirada de sua rede social Facebook
Foto de Sandro Barbosa

Eu nunca tive problemas, cara, nunca tive problemas. As coisas foram fáceis pra mim. Quando eu estava fazendo teatro no Rio, em um curso, na Casa de Artes de Jacarepaguá, nós montamos um espetáculo que era O mendigo ou o cachorro morto de Bertolt Brecht. Dentro da Universidade da Força Aérea, onde eu trabalhava, tinha um projeto chamado “Quarta Cultural” e a gente apresentava qualquer coisa nas quartas depois do almoço. Sempre tinha uma apresentação, convidados... E um coronel falou: “Você não tem nada?” Eu disse: “eu tenho uma peça do Bertolt Brecht.” “Pois então traga”, ele falou. “Trago?” “Traga. É muita gente?” “Não. É só eu e um outro ator”. Eu fazia o rei. Nós levamos pra dentro do quartel O mendigo ou o cachorro morto e as pessoas aplaudiram de pé. Foi espetacular!

Quebramos várias barreiras. As pessoas estavam sedentas disso. Havia também uma vontade de desmistificar aquilo que se pensava. Porque já era abertura... já estava no processo de abertura. Então havia essa boa vontade, entendeu? Eu nunca tive problemas, graças a Deus!

A história local

Eu estava falando com o Júlio Yriarte, a gente fazia e a gente não sabia a importância do que estávamos fazendo. Então, a gente não documentava nada, ia só fazendo, fazendo... mas nos anos 1980 foi uma efervescência. Eu cheguei em 1985.

Era uma força, porque a gente vinha de uma repressão muito forte, quando chegou ali no início dos anos 1980 abriu, a gente “eu tô livre! Eu quero é fazer!” Queria falar pro mundo... Foi uma época boa! Muita produção. Bem legal!

O público também estava ávido disso, entendeu? O público também pensava como a gente, mas o que ele via antes não satisfazia, não ia ao encontro. Então a gente foi ao encontro dessa ansiedade, entendeu? Botar um militante político de esquerda no palco... A gente fazia isso. Tinha uma personagem que era um militante de esquerda, ele querendo conscientizar a favela... então a história era mais ou menos por aí, ia ao encontro do que as pessoas estavam querendo. Havia uma ânsia por mudança.

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Notas

1. Essa distinção, sobretudo entre trascrição e transcriação, faz parte da metodologia da história oral utilizada pelo pesquisador, que se vale de um conjunto de procedimentos, que se inicia na própria elaboração do projeto de pesquisa. De forma simples, podemos definir transcriação como a passagem do oral para o escrito, isto é, transcrever tudo que foi falado, tanto do entrevistador como do entrevistado; já transcriar é aproximar-se do literário, posto ser uma prática utilizada primeiro na tradução de poemas, em especial por Haroldo de Campos, assim, transcriar é deixar o texto corrido, como um texto literário, é um outro texto, sem deixar de ser o mesmo, por isso desaparecem as perguntas, ficando apenas os tópicos da conversa, bem como as repetições tão característico da oralidade, assim, a palavra fica integralmente com o entrevistado. 

terça-feira, 3 de maio de 2022

Mostra A Cena Negra Amazônica (2ª edição) - PROGRAMAÇÃO COMPLETA

Mostra A Cena Negra Amazônica chega a sua segunda edição, com transmissão online e gratuita. Confira toda a programação.


Nos dias 05, 06 e 07 de maio, será realizada a Mostra A Cena Negra Amazônica (2ª edição), que contará com apresentações de obras artísticas e debates sobre a temática afro diaspórica com artistas-pesquisadores do Brasil. Para Jamile Soares, idealizadora do projeto, “realizar apresentações e debates com foco nas questões do povo negro é de suma importância para difusão dos conhecimentos para os habitantes da região amazônica, assim como uma forma de reparo social por tentativas históricas de nos invisibilizar”. Dentre as participações teremos artistas e coletivos dos estados do Pará, Mato Grossso, São Paulo e Rondônia (confira programação abaixo).

A segunda edição da Cena Negra Amazônica vem para enaltecer a cultura negra e por consequência a cultura amazônica e de todo o país, com obras artísticas, debates e roda de conversa que fortalecem o movimento negro amazônico, oportunizando a muitos artistas e ativistas negros e negras a mostrarem seus trabalhos e pesquisas, trocando experiências com pessoas de todo Brasil, inspirando muitas pessoas e levando informações primordiais para nossa sociedade. Faz-se necessário ter espaço para ecoar as vozes dos artistas e ativistas negros e negras, e como afirmava Lélia Gonzalez: “Em razão disto é ir à luta e garantir os nossos espaços que, evidentemente, nunca nos foram concedidos”.

As transmissões ocorrerão via plataforma digital, pelos canais do Teatro Ruante (YouTube e Facebook), com duração de até duas horas cada a dia. Os debates contarão com mediação e com intérpretes de Libras visando a acessibilidade da comunidade surda.

O projeto foi contemplado no Edital nº 32/2021/SEJUCEL-CODEC – 2ª Pacaás Novos Prêmio Para Difusão de Festivais, Mostras e Feiras Artístico-Culturais – EIXO II, Categoria I – Artes Cênicas.


PROGRAMAÇÃO

Dia 05/05: Curta-metragem Escreviventes – Coletivo Negro Universitário UFMT/MT

Escreviventes - foto Pedro Soares

Escreviventes
é composto por performances poéticas de corporeidades pretas que revelam aspectos e sentidos de pessoas afrodiaspóricas com individualidades singulares, apresentando diversidades de escrevivências em que elas são o centro de um universo imenso de histórias pretas, materialidades e subjetividades presentes no cotidiano acadêmico. As performances revelam a pluriversalidade africana, brasileira e quilombola, nas expressões artísticas, lugar de pensamento e outras inscrições.

Ficha Técnica
Título: Escreviventes
Ano de produção: 2021
País: Brasil
Duração: 10 minutos
Classificação: 10 anos
Gênero: Biografias
Direção: Zizele Ferreira e Vinicius Brasilino
Roteiro: Zizele Ferreira
Gravação e fotografias: Luana Sampaio
Edição: Silvano Junior
Poetas: Lupita Amorim, Pedro Soares e Vinicius Brasilino
Fotos: Luana Sampaio, Luzo Reis e Júlia Tinan
Realização: Núcleo de Estudos e Pesquisas Sobre Relações Raciais e Educação - NEPRE
Produção executiva: Candida Soares da Costa, Filipe Silva e Zizele Ferreira

Sobre o coletivo
O Coletivo Negro Universitário da UFMT - Campus Cuiabá, Mato Grosso/ CNUUFMT tem por objetivo reunir discentes, docentes da Rede Básica de Ensino e Ensino Superior, servidores públicos e terceirizados e a comunidade externa à academia em torno da temática da Educação das Relações Étnico-Raciais e Educação quilombola, buscando contribuir para que seus integrantes ampliem a compreensão das dinâmicas sociais que envolvem a comunidade negra no âmbito local e regional no que diz respeito ao reconhecimento e valorização dos conhecimentos, das vidas negras e quilombolas e no combate ao racismo.


Espetáculo: Divinas Cabeças - Coletivas Xoxós/PA

Divinas Cabeças - foto Danielle Cascaes

Divinas Cabeças
revela o protagonismo da mulher negra, em uma metrópole da Amazônia urbana, contemporânea e neocolonizada. No centro do processo de criação, uma questão-desejo de infância: “eu quero uma boneca que se pareça comigo! Que se pareça comigo...”. O espetáculo é fala cênica em resposta poética à pergunta-desejo da criança, mas também ao mundo em travessias pandêmicas, por entre ancestralidades, negritude, espiritualidade, diferença, cura. Enquanto Teatro Dadivoso e seguindo os princípios da bioescritura, do teatro ao alcance do tato e do protagonismo de mulheres em cena, as experiências de vida da performer se entremeiam a uma pergunta subliminar devolvida ao espectador: quantas cabeças pensam o nosso viver? Quem nos pensa?

Ficha técnica
Performance e Dramaturgia: Andréa Flores
Performance Musical: Leoci Medeiros
Direção Musical: Leoci Medeiros e Thales Branche
Direção Vocal: Thales Branche
Preparação Vocal: Tainá Coroa
Trilha Original: Thales Branche, Andréa Flores e Leoci Medeiros
Iluminação: Vandiléia Foro e Coletivas Xoxós
Ambientação Cenográfica e Figurino: Coletivas Xoxós
Confecção de Bonecas de Pano: Rejane Sá
Fotografia e Design Gráfico: Danielle Cascaes
Assessoria de Imprensa: Lucas Del Corrêa
Gerenciamento de Mídia: Lucas Corrêa e Yasmin Seraphico
Direção de Palco: Roberta Flores e Leoci Medeiros
Produção Audiovisual: Grazi Ribeiro
Direção Audiovisual: Alexandre Baena
Encenação e Direção Cênica: Wlad Lima

Sobre o coletivo
O Coletivas Xoxós é um coletivo de teatro de Belém-PA, existente desde 2014. Formado a partir da amizade e convívio entre mulheres de teatro, iniciou seu trabalho no ano de 2014. Desde então, foram produzidos seis espetáculos, sendo Divinas Cabeças o mais recente, em uma vertente que o coletivo chama de Teatro Dadivoso. O Coletivas Xoxós cumpre residência no Teatro do Desassossego, espaço cultural alternativo situado no porão de um casarão histórico do centro de Belém, e segue em atuação no que reconhece como três vertentes principais: as bioescrituras poéticas (histórias de vida em cena), o teatro ao alcance do tato e o protagonismo de mulheres amazônidas.


Dia 06/05: Aula de dança – Gu Ieladian / RO

Gu Ieladian - divulgação

Tutorial de uma coreografia, sentaDONA remix, uma música do estilo pop/bregafunk que está super em alta nas paradas músicais. A coreografia é baseada na original (coreógrafo Flávio Verne e do tiktok), com adaptações do canal da FitDance. Vai ser ensinado 50 segundos da música.

Sobre a artista
Gu Ieladian, amante da dança desde sempre (começou a dançar com É o Tchan), mas profissional como dançarina e professora de dança desde 2013. Já dançou em diversos eventos e lugares de Porto Velho, desde a Flor do Maracujá, Shopping, Mercado Cultural entre outros, já viajou para outros estados para concursos e workshops de dança (como Zumba, Kpop, FitDance), tendo até dado aula de dança fora do país (Irlanda, 2016). Já fez aula de diversos estilos de dança, mas atualmente trabalhando com FitDance e Danças Urbanas (como Jazz Funk).


Pocket Show – Sarah Soul / RO

Sarah Soul - foto Mateus Fidelis

Sarah Soul apresenta um show autoral com músicas inéditas que serão lançadas no seu próximo álbum chamado “correria”.

Sobre a artista
A cantora de 25 anos é natural de Porto Velho/RO e iniciou sua trajetória com a música muito cedo na igreja, influenciada pelas mulheres cantoras de sua família, sua mãe e tia. A artista vive da música há 5 anos fazendo shows em pubs, restaurantes, eventos corporativos e teatros. Ela canta e é inspirada por estilos como black music, jazz, blues, pop, r&b entre outros, e essas influências se refletem no seu trabalho autoral.




Dia 07/05: Curta-metragem performativo Sobre pele, palavras e decomposição – Amanara Brandão / RO

Sobre pele, palavras e decomposição
foto Cleber Cardoso

No curta-metragem Sobre pele, palavras e decomposição, o recurso do hibridismo de linguagens é utilizado para a criação de uma "experiência audiovisual literário-performativa" de celebração do movimento, da poesia cotidiana e da indocilidade dos corpos. Com textos autorais apresentados através de cinco breves cenas, a autora constrói sua poética audiovisual através das palavras, das luzes, da musicalidade, da corporeidade e da atuação performativa.

Ficha Técnica
Direção, texto e performance: Amanara Brandão Lube
Câmera e montagem: Rafa Brito Correia
Trilha sonora: João Belfort
Iluminação: Chicão Santos
Atriz convidada: Flávia Diniz
Fotos: Cleber Cardoso
Locação: Espaço Tapiri
Produção: Amanara Brandão Lube

Sobre a artista
Amanara Brandão Lube (24/11/97, Porto Velho/RO), artista afroamazônida - Atua na cena teatral nacional desde 2014 com o grupo O Imaginário e desenvolve trabalhos independentes como escritora, produtora cultural, performer e artista-pesquisadora em Performance Art. Graduada em Licenciatura em Teatro pela Universidade Federal de Rondônia.


Show Derramagoa de Mulher – Clarianas / SP

Clarianas - foto Nego Júnior

"Cânticos de Cura, Proteção e Asè" Clarianas apresenta neste show, cânticos para evocar a força de proteção e cura que tanto necessitamos neste momento específico do país e do mundo.

Ficha técnica
Cantadeiras: Naruna Costa/Martinha Soares/Naloana Lima
Violão e Viola: Giovani di Ganzá
Violino e Rabeca: Carla Raiza
Baixo: Augusto Iúna
Percussão: Jackie Cunha
Arranjos: Giovani Di Ganzá
Direção Musical: Naruna Costa

Equipe Técnica:
Roudie/Cenógrafo e iluminador: Rager Luan
Produtor: Washington Gabriel
Estudio 185
Direção audiovisual:Beto Mendonça
Câmeras: Gabi Oliveira e Bruno Marques
Técnico de som: Gustavo Du Vale

Parcerias:
Figurinos: Casa Cléo e Ateliê Sal
Jóias: Arte Ameríndia (ponte da Alice Haibara com a arte das mulheres das tribos Kaiapó, Xucuru, funiô e do Xingu)
Fotos: Nego Júnior e Bia Verella

Sobre o grupo
Clarianas é um grupo de cantadeiras urbanas que investiga a voz da mulher “ancestral” na música popular do Brasil. A voz é o fio condutor que revela um amplo universo sonoro, genuinamente brasileiro, que vai desde os Cânticos indígenas aos Aboios Sertanejos, passando pelas Brincantes do Côco, Ladainhas do Catolicismo Popular, Sambas de Roda, Maracatus, Xotes, Rezas e Tambores Africanos.


SOBRE A PROPONENTE DA MOSTRA A CENA NEGRA AMAZÔNICA

Jamile Soares é produtora, atriz e palhaça com 8 anos de experiência cênica, integrante dos coletivos Teatro Ruante, Trupe dos Conspiradores e Cia Peripécias. Com o Ruante foi ganhadora dos Prêmios Funarte de estímulo ao Circo 2019, Prêmio Sesc de Incentivo a Arte Cênica 2018 – (2018); com o mesmo coletivo integrou a produção da Mostra de Repertório do Teatro Ruante (2017 e 2018), como atriz atuou em diversos espetáculos dos grupos citados como Era uma vez João e Maria... e ainda é, CIDADE GRANDE, joão ninguém e Um inimigo do povo. Mais recentemente, participou do Curso de Extensão Estudos em Teatro Negro (2020), Curso em Dramaturgia Negra (2020) e do Grupo de Extensão em Crítica Teatral da UNIR.


SERVIÇO
O QUE: Mostra A Cena Negra Amazônica (2ª edição)
QUANDO: Dias 05, 06 e 07 de maio de 2022 às 19h (horário de Rondônia).
ONDE: pelos canais do Teatro Ruante – YouTube e Facebook
MAIORES INFORMAÇÕES: (69) 99201-6765

Fonte: Assessoria de Imprensa da Produção


O Imaginário estreia novo espetáculo - Meu amigo inglês

 

Novo espetáculo d`O Imaginário e um pouco da história do teatro rondoniense.

Por Adailtom Alves Teixeira

Mário Zumba - foto Eliane Viana
No dia 30 de abril de 2022, no espaço cultural Tapiri, gerido pelo grupo O Imaginário, pude assistir ao novo trabalho do coletivo, Meu amigo inglês, e realizei uma conversa com o dramaturgo e diretor do espetáculo, Mário Zumba, que também atuou naquela apresentação. Zumba esteve em Porto Velho por alguns dias, justamente para realizar o projeto de montagem, que foi contemplado no Edital Nº 35/2021/SEJUCEL-CODEC 2ª Edição Jair Rangel Pistolino Prêmio de Produção Audiovisual e Artes Cênicas, com recursos da Lei Federal 14.017/2020 (Lei Aldir Blanc).


A noite da apresentação acabou se tornando um grande encontro dos artistas da cidade, que foram ao Tapiri prestigiar o novo espetáculo – um importante retorno do teatro à sua modalidade original, na forma presencial – e muitos aproveitaram para rever o amigo Mário Zumba, que residiu e fez teatro por estas plagas na década de 1980. Entre o público presente artistas como Ângela Cavalcante, Marlúcio Emídio e Eri Pinheiro, do Quebracabeça; Suely Rodrigues do Raízes do Porto; Eliézer Wanderley da Silva, que trabalhou com Jango Rodrigues no Grupo Porantim; artistas da música como Dadá (Adaides Batista), um dos criadores do Cabeça de Negro, Bado, Bira Loureço e Júlio Yriarte; artistas da dança como Andréa Melo; Selma Pavanelli, integrante do Teatro Ruante e professores de teatro da Universidade Federal de Rondônia, Alexandre Falcão e o autor destas linhas, entre tantos/as outros/as que ali estavam.

Após o espetáculo, uma pequena comemoração pelo retorno do teatro e de Zumba à Porto Velho. Mesmo com clima de festa, realizei uma rápida conversa com o dramaturgo e diretor Mário Zumba, pois ele foi, de acordo com alguns presentes, o primeiro dramaturgo premiado nacionalmente no estado de Rondônia nos idos de 1987, ao participar do 15º Concurso Nacional de Dramaturgia Prêmio Pedro Veiga, promovido pelo Ministério da Cultura, com o texto Cuidado com o tamanduá bandeira, um infantil que também recebeu o Prêmio Casa de las Américas, de Cuba. Segundo Zumba, o texto acabou por remeter ao acidente ocorrido no mesmo ano em Goiânia com o césio-137, pois, em suas palavras, o tema do texto é a construção de uma usina atômica pelo tamanduá sobre um formigueiro. À época Zumba era da Aeronáutica e vivia-se o final da ditadura civil-militar, inclusive ele relatou que quando ganhou o prêmio em Cuba ficou um pouco preocupado, no entanto, ele disse que “as Forças Armadas receberam a notícia com certo orgulho e nem perceberam que o texto, para a época, era subversivo”. Hoje na reserva, o autor afirma que sempre levou em paralelo a dupla carreira nas Forças armadas e no teatro.

Zumba continuou e continua escrevendo, inclusive, por conta disso, ele que havia chegado em Porto Velho em 1985, em 1992 foi para o Rio de Janeiro estudar teatro na Unirio. Aqui na capital rondoniense começou fazendo teatro no Sesc, levado por um amigo. Como ele disse, “O teatro chama a gente, onde você estiver ele chama”. A continuidade na dramaturgia fez com que ganhasse outros prêmios, inclusive na cidade do Rio de Janeiro, quando estava por lá. Atualmente o artista reside em Belém e a peça Meu amigo inglês também cumpre temporada por lá desde 2017. Já aqui em Porto Velho, para quem quiser conferir a peça haverá apresentações nos dias 08, 09 e 10 de maio às 20h no Tapiri, na Rua Franklin Tavares, 1353 – Pedrinhas.

A peça aborda de forma sensível a vida de um casal circense, na qual o marido, passa por dificuldades de saúde, a descoberta do mal de Parkison. Apesar do tema dramático, a abordagem se mistura à comicidade dos palhaços. Nos papeis dois artistas que se doam generosamente para a cena, o experiente Chicão Santos, com mais de quatro décadas de teatro e a jovem atriz Flávia Diniz, que não se intimida e se joga por inteira, fazendo com o jogo cênico flua. Quem ganha é o público. Confira a sinopse e o serviço abaixo.



Chicão Santos e Flávia Diniz - foto Eliane Viana

Sinopse: Um circo. Um casal circense. No picadeiro são dois palhaços encantados com a arte de fazer rir. No trailer são marido e mulher, enfrentando, além das dificuldades cotidianas, um inimigo silencioso e desleal: o mal de Parkinson. Esse é o mote de Meu Amigo Inglês. O texto evidencia a vida do artista nos bastidores da arte depois que a função termina; sua fragilidade e seu dia-a-dia comum longe do glamour dos holofotes, quando ele torna-se uma pessoa igual as outras, sujeita aos mesmos sofrimentos e as mesmas alegrias. Um drama recheado de pitadas de humor, afinal, seus personagens são, e continuarão sendo, eternos palhaços, quer seja no picadeiro ou fora dele.


Ficha Técnica

Elenco: Chicão Santos e Flávia Diniz
Figurinos: Zaine Diniz
Cenografia: Chicão Santos e Ismael Barreto (Dona Cida)
Dramaturga Sonora - Denise França Reis
Programação Visual, Filmagem e Registro audiovisual - Édier William, Rafa Brito e Júnior Pereira
Áudio direto: João Belfort
Técnico de Som: Del Porto e Davi Macieira
Arte: Maciste Costa
Costureira: Nilza Batista
Intérprete LIBRAS: Cleffer Fernanda
Iluminação: Edmar Leite
Texto e Direção: Mario Zumba
Assessória de Comunicação: Eliane Viana
Produção: Taquara Produções Ltda

Serviço

No Formato presencial:
Espetáculo Meu Amigo Inglês
Data: 08, 09 e 10/04/2022
Horário: 20h
Local: Tapiri – O Imaginário

No formato virtual:
No próximo dia 20 de maio, será transmitido o espetáculo circense inédito Meu Amigo Inglês, de Mário Zumba.
Transmissão nas redes da Taquara Produções: YouTube e Facebook

sexta-feira, 15 de abril de 2022

Papos do Vale - programação gratuita sobre a temática LGBTQIA+


Neste mês de abril teremos a programação do
Papos do Vale, que contará com apresentações de obras artísticas e debates sobre a temática LGBTQIAP+ com os artistas-pesquisadores, de forma a apresentar para o conjunto da sociedade as vivências e as histórias deste universo, de forma a informar e construir conhecimentos. Para Jamile Soares, produtora do evento, "esta é uma oportunidade significativa, pois o estado de Rondônia tem altos índices de violência contra essa população, o debate por meio da arte pode ajudar a compreender melhor este universo". 

As transmissões ocorrerão via plataforma digital, pelos canais do Youtube e Facebook do Teatro Ruante (inscreva-se aqui). Serão dois dias de arte e muito papo, 22 e 23 de abril, que contará com intérpretes de Libras, permitindo o acesso à comunidade surda. Na programação serão quatro artistas: Alexandre Falcão, A Black Z, Lauri Silva e Lupita Amorim, além de relatos da comunidade.

O projeto foi contemplado no Edital nº 34/2021/SEJUCEL-CODEC – 2ª Edição Mary Cianne Prêmio de Produção Artístico-Cultural para Transmissões ao Vivo/Gravadas – Eixo II, Categoria B.

 

 Programação

Dia 22 de abril – 19h (horário de Rondônia)

Alexandre FalcãoMigrações

Migrações - foto Raíssa Dourado

Sinopse: Um artista, uma pessoa como outra qualquer. Uma década e milhares de quilômetros separam-no de distintos relacionamentos, ao longo do tempo e do espaço. Uma fração da vida em cartas, canções e poemas de amor. Imagens e marcas no corpo e na história. Relações afetivas são belas ou ridículas? O público escolhe, a cada momento. Quem nunca?

Ficha técnica

Direção: Alexandre Falcão e Raissa Dourado

Montagem e Finalização: Raissa Dourado

Fotografia: Raissa Dourado 

Imagens de arquivo: Samara Costa

Atuação: Alexandre Falcão

Músicas: “Canção da Despedida” (Alexandre Falcão). Harmonia e violão: Thiago Silva.

“Eis aqui o Morto” (Anderson Benvindo) 

Trilha original: Anderson Benvindo 

Minibio: Alexandre Falcão é artista de teatro e se aventura também pelo audiovisual e pela música. Formado como ator pela Escola Livre de Teatro de Santo André – ELT, atua como docente no Departamento de Artes da Universidade Federal de Rondônia – UNIR e é mestre e doutor em Artes pela Universidade Estadual Paulista – Unesp.

 

Lauri Silva - divulgação

Lauri Silva –
Conversa/Palestra com o tema História e Interseccionalidade: O Movimento LGBTQI+ em Rondônia(1990 a 2021)

Mulher trans afro-ameríndigena. Licenciada e bacharela em história pela Universidade Federal de Rondônia; Psicopedagogia; Mestrado em história e estudos culturais pela Universidade Federal de Rondônia. Atualmente doutoranda no Programa de Pós Graduação em história da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e graduanda em Serviço Social (UNINTER).  Membra do Centro de Referência a História LGBTQI+ do Rio Grande do Sul. Membra da Rede LGBT de Memória e Museologia Social.

 




Dia 23 de abril – 19h (horário de Rondônia)

Lupita AmorimQuarinterna

Quarinterna - foto @rodoluiz

Sinopse: A introspecção intensa da própria mente forçada pela quarentena inesperada obriga a pessoa a se tornar mais íntima dela mesma, passando por um processo de autoconhecimento nunca antes imaginado.

Minibio: É multiartista enquanto atriz, modelo, dançarina, poetisa, graduanda em Ciências Sociais na UFMT. Divide sua vida e produções entre a universidade, militância e arte, pautando a partir de suas movimentações as urgências da população travesti preta, pobre e periférica.

 




Pachamama - foto Édier William

A Black Z
Pachamama

Sinopse: A Amazônia está em chamas. O clipe Pachamama é um manifesto contra esse ecocídio.  

Minibio: Anderson Ferreira, filho de mãe solo, é maranhense e tornou-se rondoniano de criação e coração. Adotou como nome artístico A BLACK Z e tem múltiplos talentos: é cantor, ator e preparador vocal. Atua no cenário artístico de Porto Velho/RO realizando tributos e covers, atuando em peças teatrais e apresentando-se em diversos eventos culturais. Atualmente trabalha na criação do seu segundo álbum autoral que se chamará “Paraíso”.


Sobre a proponente

Jamile Soares - foto Adailtom Alves

Jamile Soares é produtora, atriz e palhaça com 8 anos de experiência cênica, integrante dos coletivos Teatro Ruante, Trupe dos Conspiradores e Cia Peripécias. Com o Ruante foi ganhadora dos Prêmios Funarte de estímulo ao Circo 2019, Prêmio Sesc de Incentivo a Arte Cênica 2018 – (2018); com o mesmo coletivo integrou a produção da Mostra de Repertório do Teatro Ruante (2017 e 2018), como atriz atuou em diversos espetáculos dos grupos citados como Era uma vez João e Maria... e ainda é, CIDADE GRANDE, joão ninguém e Um inimigo do povo. Mais recentemente, na condição de discente, participou do Curso de Extensão Estudos em Teatro Negro (2020), Curso em Dramaturgia Negra (2020) e do Grupo de Extensão em Crítica Teatral da UNIR.

quinta-feira, 14 de abril de 2022

Reconstruir os afetos, refazer os laços: retomada das artes

 

Adailtom Alves Teixeira[1]

O desmonte das poucas e raras políticas públicas de cultura, somados aos ataques constantes que os fazedores de arte vêm sofrendo, pelo menos desde 2016, são impressionantes. Os artistas foram eleitos inimigos públicos por uma rede de ódio, direcionados a partir do alto escalão do poder. Somado a tudo isso, uma pandemia que já dura mais de dois anos. Os artistas foram os primeiros a pararem suas atividades, sendo os últimos a retornarem, tendo que, nesse ínterim, adaptar-se as novas plataformas digitais e linguagens distintas da que praticavam. É certo que muitos/as ficaram pelo caminho, desistiram, devido a dureza da sobrevivência e os estragos ainda não sabemos por completo. Um viva a todas e todos que até aqui sobreviveram!

Estamos retomando ao presencial, mas, devido aos propagadores do ódio que estão espalhados por toda nossa sociedade, não será uma retomada fácil. Temos acompanhado casos de ofensas e de incompreensão do papel da arte em toda e qualquer sociedade. Para citar dois casos próximos e recentes, procurando interferir no fazer e na forma como as demais pessoas podem ter ou não acesso a arte, dois cidadãos ditos “de bem”, procuraram interferir, sobretudo junto às autoridades constituídas, leia-se secretários e prefeitos, no Festival Matias de Teatro de Rua, realizado no Acre pela Cia Visse Versa, em outubro de 2021 e, mais recentemente, abril de 2022, em uma apresentação do Mamulengo da Folia no interior de São Paulo. A tentativa de censura é, sobretudo, clamando por uma arte isenta; desconhecem o fato de que toda arte é política. Como afirmava Aristóteles, ninguém escapa a esta arte maior chamada política. Viver em sociedade é um ato político. No entanto, como vivemos em um país onde ainda bem poucas pessoas fruiem arte e entendem quase nada do papel dos e das artistas em uma sociedade, é provável que acompanharemos muitas agressões e barbaridades nessa retomada. Precisamos avançar. Somos uma sociedade autoritária e violenta, mas precisamos ajudar a instaurar uma cultura de paz, por meio do nosso fazer artístico.

A ocupação dos espaços é tema fertilizador de uma cultura de paz, com suas rodas de conversa, caminhadas, passeatas, enfim, ações nas ruas, como elementos formadores de cidadania. Junto com isso, a valorização do diálogo e escutas em conversas públicas, e a importância das políticas públicas de Cultura de Paz nas redes culturais e nos contextos comunitários e sócio culturais de vulnerabilidade (FARIA; GARCIA; SOUZA, 2013, p. 10).

Teremos que nos desdobrarmos em muitas ações, ainda que estejamos em frangalhos, pois somos fundamentais na reconstrução dos afetos em nosso país. A cultura de paz pode soar contraditória em um momento histórico com tanto ódio a nos dividir, mas nos parece que este é o caminho mais assertivo a ser percorrido. A não violência deve estar em todos os nossos atos, isso não significa baixarmos a cabeça e aceitarmos os absurdos e violências, pelo contrário, no entanto, nosso esforço deve ser o diálogo, mesmo aqueles mais difíceis que surgirão à nossa frente. Faz-se necessário o diálogo também com outras áreas do saber, é fundante, e nesse aspecto a educação é, sem dúvida uma das mais férteis – não à toa também negligenciada e sob ataque. Nessa retomada, todo diálogo, apoio e parcerias, serão bem-vindas.

O diálogo a partir de nossas comunidades, nossos territórios, são o ponto de partida. Vamos deixar de lado a crença popular de que santo de casa não faz milagre, afinal é aí que estar o nosso pertencimento. E, a partir do local, de baixo para cima, ampliarmos nossas redes. Sejamos articuladores ativos, para que as redes comecem a balançar e embalados por elas, fiquemos mais fortes. Somos importantes na virada que o Brasil precisa dá e a ação a partir de nossas comunidades, ampliando-as por meio das redes construídas e/ou fortalecidas, fará muita diferença nesse processo de mudança, que sabemos não será imediato, mas precisamos avançar. O caminho se faz no caminhar.

O diálogo que proponho nos pede um exercício de atenção constante para não mergulharmos em certo etnocentrismo, no qual venhamos a nos caracterizarmos como donos da verdade. O diálogo precisa ser honesto e verdadeiro. Precisamos nos abrir para o diferente, para o/a outro/a: “A nossa riqueza reside na diversidade de várias faces, que devem ser preservadas através de conflitos e conciliações, na busca de uma sociedade mais justa. É a experiência da alteridade que nos leva a nos reconhecermos uns nos outros (GARCIA, 2013, p. 36). A arte é nosso passaporte para a conversa inicial, mas precisará de outras ações, outras formas de diálogo: espaços de trocas e conversas, possibilidades para que o público experimente nossas linguagens artísticas e, assim, irmos nos aproximando, enquanto eles e elas compreendem mais o nosso fazer e nosso papel, para que juntas/os compreendamos e avancemos como cidadãos interessados em nosso país. O poeta e doutor em antropologia, Pedro Benjamin Garcia, citando um pensador polonês, L. Kolakowski, afirma que “a arte é um modo de perdoar a maldade e o caos do mundo”, mas perdoar não é justificar o mal ou se reconciliar com ele, mas sim, como complementa o citado pensador:

Perdoar tem outro sentido. A arte organiza as percepções com respeito ao mundo do mau e do caótico, introduzindo a compreensão da vida de maneira tal que a presença do mau e do caos se converte na possibilidade de minha iniciativa com respeito ao mundo, que leva em si, mesmo o seu próprio bem e o seu próprio mal. Para que possa ser assim, a arte deve recobrir no mundo o que sua aparência não proporciona, ou seja, o encanto secreto de sua feiura, a deformação oculta de sua graça, o ridículo de sua elevação, a pobreza do luxo e o custo da pobreza; em uma palavra: deve descobrir todas as fibras secretas sufocadas pelas qualidades empíricas e que convertem em partículas de nosso fracasso ou de nosso orgulho (L. Kolakowski apud GARCIA, 2013, p. 37).

Sejamos férteis, revelemos “a feiura que vivemos”. Vamos encher o mundo com nossa arte, ampliando nossas redes para frutificarmos ainda mais nossos diálogos e, assim, ajudarmos a superar este momento histórico tão terrível pelo qual todas e todos passamos. Se o diálogo fracassar, a violência grassará. Vamos olhar o mundo com espanto e convidar nossos semelhantes a se espantarem conosco, sem perder jamais nossa ludicidade, nossa alegria! Como nos lembra o nosso grande educador, Paulo Freire, ninguém ensina sem aprender, ninguém aprende sem ensinar. Nessa ciranda maior que é a vida, vamos, então, aprender e ensinar; ensinar e aprender com o/a outro/a. Vamos conviver. Não será fácil, mas parece que a encruzilhada a que chegamos nos convida à ação. Como nos lembra outro educador, Luiz Rufino, na nota introdutória de seu Pedagogia das encruzilhadas,

A encruzilhada é a boca do mundo, é saber praticado nas margens por inúmeros seres que fazem tecnologias e poéticas de espantar a escassez abrindo caminhos. Exu, como dono da encruzilhada, é primado ético que diz acerca de tudo que existe e pode vir a ser. (...) A sua face brincante, transgressora, pregadora de peças, é o contraponto necessário a esse latifúndio de desigualdade e mentira (2019, p. 5).

Que Exu abra nossos caminhos, que toda ginga e malandragem de nossos ancestrais nos inspire e nossas artes frutifiquem em férteis diálogos afetuosos, e juntos e juntas com a população, possamos ajudar a parir um novo Brasil.

 

Bibliografia

FARIA, Hamilton; GARCIA, Pedro; SOUZA, Valmir de. Apresentação. In: FARIA, Hamilton; GARCIA, Pedro; SOUZA, Valmir de (Orgs.). Cultura viva, políticas públicas e cultura de paz. São Paulo: Instituto Pólis, 2013.

GARCIA, Pedro Benjamin. Interculturalidade e cultura de paz. In: FARIA, Hamilton; GARCIA, Pedro; SOUZA, Valmir de (Orgs.). Cultura viva, políticas públicas e cultura de paz. São Paulo: Instituto Pólis, 2013.

RUFINO, Luiz. Pedagogia das encruzilhadas. Rio de Janeiro: Mórula Editorial, 2019.



[1] É professor do Departamento Acadêmico de Artes da Universidade Federal de Rondônia (Unir) no Curso Licenciatura em Teatro; Doutorando em Artes no Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (Unesp); Mestre em Artes pela mesma instituição; Graduação em Licenciatura em História pela Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul). Ator e diretor teatral com 26 anos de experiência, dedicados sobretudo à pesquisa e à prática em teatro de rua; integrante do “Grupo de Pesquisa Práxis Épico-Populares em Perspectivas Críticas: documentação de experimentos teatrais” (CNPq) e do “PAKY`OP Laboratório de Pesquisa em Teatro e Transculturalidade: práxis, reflexões e poéticas pedagógicas”, (CNPq) no qual coordena a linha de pesquisa Memórias da Cena Amazônica. É articulador e um dos fundadores da Rede Brasileira de Teatro de Rua; foi um dos fundadores do Movimento de Teatro de Rua de São Paulo; é membro fundador do Teatro Ruante. Em 2020 publicou pela Giostri Editora o livro Teatro de Rua - identidade,

território.

terça-feira, 1 de março de 2022

Festival PalhAçaí (2ª edição) – PROGRAMAÇÃO GRATUITA

 2ª edição do Festival PalhAçaí – PROGRAMAÇÃO COMPLETA E GRATUITA

O Teatro Ruante irá realizar a 2ª edição do Festival PalhAçaí de 04 a 13 de março de 2022, serão 8 espetáculos e 8 números circenses das cinco regiões do Brasil.

O projeto foi contemplado no Edital Nº 32/2021/SEJUCEL-CODEC - 2ª Edição Pacaás Novos – Prêmio Para Difusão de Festivais, Mostras e Feiras Artísticos-Culturais e afirma-se como um evento importante da arte circense para o estado de Rondônia.

Para Selma Pavanelli, produtora e integrante do Teatro Ruante, “é a possibilidade de mostrar Rondônia para o restante do Brasil”, já Jamile Soares, também integrante do grupo, “é uma oportunidade de conhecer o que vem sendo produzido pelo Brasil, na arte da palhaçaria e do mundo circense”, diz.

 



Sobre o Festival

A 2ª edição do Festival PalhAçai ocorrerá entre os dias 04 a 13 de março de 2022, sendo apresentado por mestras e mestras de cerimonia, integrantes do Teatro Ruante e serão responsáveis por mediar os debates ao vivo entre os grupos participantes e o público virtual. 

O Festival será totalmente gratuito e transmitido via plataforma digital, Youtube e Facebook, com oito espetáculo circenses (gravados) de grupos/coletivos de todas as regiões do Brasil. Ao final de cada dia de exibição, um bate-papo com os grupos participantes complementa a programação, que contará com tradução em libras para a comunidade surda.

Ainda na programação, haverá uma roda de conversa com as artistas-pesquisadoras  Cida Almeida e Ermínia Silva, sobre o tema “A arte da palhaçaria em tempos de pandêmia”, discutindo a reinvenção da linguagem em tempos de COVID-19, bem como os rumos da arte circense.

 

PROGRAMAÇÃO NAS REDES DO TEATRO RUANTE

SEMPRE ÀS 19H NOS CANAIS DO YOUTUBE E FACEBOOK

 

Dia 04 de março de 2022

·        Femenagem à atriz, diretora e produtora Claudia Toledo (AC)

Femenageada Cláudia Toledo - divulgação

Atriz, Diretora, Coreógrafa, Figurinista, Aderecista e atualmente Diretora da Cia. Visse e Versa e membra fundadora, atuando também na produção de projetos de circulação, formação, difusão e de Festivais realizados pela Cia. Visse e Versa e pela FETAC (Federação de Teatro do Acre), a qual é filiada desde 2008. Licenciada em Letras Inglês pela UFAC, com especialização em Educação Especial. Professora de Arte Educação, Dança e Teatro na rede pública e privada de ensino.

 

·        teATrO RUAnte (RO) - A muy lamentável e cruel história de Píramo e Tisbe

A peça é um fragmento de Sonho de uma noite de verão, de William Shakespeare, escrita em fins do século XVI, A Trupe é contemplada com o Edital Cultural de Old Port, e na montagem do espetáculo as palhaças e o palhaço (Tuminga, Tinnimm, Belona e Mazela) recriam com a ajuda do público essa “trágica e atrapalhada” história de amor. Montagem realizada com recurso do Prêmio SESC de Incentivo às Artes Cênicas 2018.

Píramo e Tisbe - Foto Elias Oliveira

Ficha Técnica

Palhaças/o /Atuadores: Jamile Soares - Palhaça Tuminga, Selma Pavanelli - Palhaça Tinnimm, Stephanie Matos - Palhaça Belona e Bruno Selleri - Palhaço Mazela

Direção e Adaptação do Texto: Adailtom Alves

Figurino: Selma Pavanelli e Rita Magno

Cenário: Selma Pavanelli, Ismael Barros e Adailtom Alves

Técnica: Stephanie Matos

Tempo: 55 min.     

Classificação: Livre

O grupo: Sediado na cidade de Porto Velho/RO desde 2015, vem contribuindo com a cena local, por meio de suas montagens teatrais e outras ações artísticas como suas temporadas, oficinas circenses e de palhaço, Mostra de Repertório e o Festival PalhAçaí. O grupo tem como fonte inspiradora o universo popular e busca fundir em seus espetáculos a linguagem circense, o teatro de rua e a música; tem como propósito apresentar-se em espaços abertos e alternativos, visando uma comunicação direta com o público das mais variadas idades. Atualmente o grupo conta com quatro espetáculos em repertório: A Muy Lamentável e Cruel História de Píramo e Tisbe (2018), Cabaré Ruante (2017), Era uma vez João e Maria... e ainda é (2016), Histórias de Contar (2016) e Que Palhaçada é Essa Aqui? (2015).

 

Dia 05 de março de 2022

·        Mano a Mana (SP) - Papéis Acrobáticos

Mano a Mana - divulgação


Somos praticantes da acrobacia a dois, chamada, entre outros nomes, de Mão a Mão. Este trabalho surgiu de nossa reflexão sobre como cada um de nós, porto e volante, atua de forma co-responsável para alcançar resultados. Entendemos a evolução dos truques como consequência direta do desenvolvimento de uma relação sobre bases de diálogo e cuidado. Compartilhar esse trabalho é expor nosso desejo de que o afeto que nos move toque na mesma profundidade quem nos assiste. Assim como a acrobacia a dois, é dupla entrega.

Ficha técnica

Criação e concepção: Mano a Mana

Artistas circenses: Dyego Yamaguishi e Marília Mattos

Vozes: Dyego Yamaguishi e Marília Mattos

Filmagem: Aline Bartcus

Figurino: Aline Bartcus

Arte digital: Marília Mattos

Edição: Dyego Yamaguishi

Faixa Etária: LIVRE

Formato: Vídeo gravado

Duração: 4 min

Classificação: Livre

A dupla: Nasce em setembro de 2019 formado por Dyego Yamaguishi e Marília Mattos. Primeiro pelo desejo de treinar juntos, depois mobilizados a disseminar as técnicas de Mão a Mão e Acrobacias a partir do cuidado. Seu trabalho se apoia no tripé interdependente: desenvolvimento técnico, criação artística, e formação. Além das técnicas de Mão a Mão e Acrobacias, em 2021 o grupo iniciou os estudos com a Barra Russa, e desenvolve ações para viabilizar a ampliação de praticantes da técnica no Brasil.

 

·        Coletivo FusCirco (CE) - Risita Surpresa

FusCirco - divulgação

Senhoras e senhores, com vocês ele, o Palhaço Pitchula, em cima do monociclo girafa, com os olhos vendados, jogando para cima três facões. Pitchula que é um palhaço completo, mostra para o público toda sua habilidade, trazendo ao centro da apresentação o equilibrismo misturado com a coragem do palhaço. Com A ajuda de sua parceira Rupi, ele desafia sua labirintite, se arriscando nas alturas em um clássico número de circo e leva o público ao delírio.

Ficha técnica

Direção: Henrique Rosa

Elenco: Amanda Santos, Henrique Rosa

Figurino: Cris Rodrigues

Fotografia e Edição: Gael Brito

Tempo: 26min

Classificação: Livre

O grupo: Atua com atividades circenses desde 2019 na cidade de Fortaleza/CE, é uma organização onde se pesquisa, cria, produz, circula e exibe a arte circense, com foco na linguagem do palhaço popular nordestino, em múltiplos espaços, para um público intergeracional. Atualmente o coletivo é composto por Henrique Rosa, o Palhaço Pitchula e Amanda Santos, a Palhaça Rupi.

 

Dia 06 de março de 2022

·        Cia Theastai de Artes Cênicas (MS) - O Grande Salto

O grande salto por Vaca Azul

De João Rocha que traz para o picadeiro um trabalho que mescla a arte do palhaço com a técnica de trampolim acrobático de uma forma irreverente, juntando a inovação com a tradição dos circos. Entre o riso e a tensão O Grande Salto faz o público delirar de alegria.

Ficha técnica

Direção e atuação: João Rocha

Direção de técnica circense : Junior de Oliveira

Preparação física e figurino: Társila Bonelli

Edição: Tatiana Verela Besteiro

Operador de câmara: Wesley Pardo

Tempo: 7 min.

Classificação: Livre

O grupo: Theastai, na concepção grega, significa ver, contemplar, olhar. Há 12 anos alguns artistas oriundos do curso de Artes Cênicas da Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD reuniram-se no intuito de investigar e pesquisar mais a fundo as linguagens aprendidas nas aulas. O início da pesquisa da Cia. Foi a investigação da obra Uma reportagem maldita – Querô, do dramaturgo Plínio Marcos. Em 2011, desta forma, o grupo produziu e estreou a peça Querô - Uma reportagem maldita, celebrando, assim, o nascimento da Cia. Theastai. Nos dois anos seguintes – 2011 e 2012 – a Cia. produziu e realizou a I e II Mostra Independente de Teatro de Dourados – MIT – e o 1o, 2o e 3o Encontro de Palhaços em Dourados/MS.

 

·        Trupe Lona Preta (SP) – O Circo Fubanguinho

O circo fubanguinho - foto Lenon César Ambar

Um espetáculo inspirado nas charangas, farsas e bufonarias. As músicas pontuam e costuram o enredo. Nele, dois palhaços, demitidos e expulsos do picadeiro, tentam se inserir a qualquer custo.

Ficha técnica

Direção: Sergio Carozzi e Joel Carozzi

Elenco: Alexandre Matos, Henrique Alonso, Joel Carozzi, Sergio Carozzi e Wellington Bernado.

Produção: Henrique Alonso

Assistente de Produção: Dona Méris e Márcia Carozzi

Cenografia: Xisté Marçal

Tempo: 50 min.

Classificação: Livre

O grupo: A Trupe Lona Preta, grupo de teatro composto por pessoas que mobilizam diversas linguagens artísticas, tais como: música, teatro, artes plásticas e cinema, surgiu em 2005, a partir da experiência em saraus e intervenções artísticas organizadas na zona oeste e sul de São Paulo, dialogando com associações de moradores da região e movimentos culturais. Tal experiência coincidiu com o desenvolvimento de uma pesquisa sobre a linguagem do palhaço, o que incentivou ainda mais a prática de colocar em cena, tanto nos saraus como nas ruas, os esquetes criados coletivamente. Desde então, realizamos inúmeras apresentações circulando por centenas de bairros e comunidades da região metropolitana de São Paulo, Festivais Nacionais e Internacionais de Teatro e também grandes circuitos culturais.

 

Dia 08 de março de 2022

·        Roda de conversa – Arte da Palhaçada em tempos de pandemia com Cida Almeida e Ermínia Silva

Discussão acerca da sobrevivência, pesquisa e reinvenção tem tempos pandêmicos por parte dos artistas circenses.

Cida Almeida - divulgação

Cida Almeida - Nascida em Salvador-Bahia em1962. Educadora, Atriz e Diretora formada pela ESCOLA DE ARTE DRAMÁTICA-ECA/USP e pela UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA - UNISUL, em Filosofia. Produtora Cultural e Artista pesquisadora com foco no Intérprete Fabulador desenvolvida atualmente em mestrado pela UNESP sob orientação da Prof. Dra. Carminda André. Ministra cursos, dirige espetáculos e mantem um núcleo de estudos e pesquisa da arte cômica desde 87 no CLÃ Estúdio, com vistas à divulgação e à formação de artistas por meio de uma pedagogia das mascaras para o Intérprete Cômico e Popular Brasileiro.

Erminia Silva - divulgação

Erminia Silva - Doutora em História Social da Cultura pelo IFCH da UNICAMP. Co-Coordenadora do site Circonteudo – portal da diversidade circense. Co-Coordenadora do CIRCUS - Grupo de Pesquisa em Circo – na FEF – UNICAMP. Professora da Eslipa - Escola Livre de Palhaços, desde 2012. Coorganizadora do Grupo PSIRCOS.  Diversas publicações em livros e artigos que se encontram disponíveis on line no www.circonteudo.com. – Indicada e vencedora entre cinco finalistas do Prêmio Governador do Estado para a Cultura – Governo do Estado de São Paulo e Secretaria da Cultura, 2012. Co-Curadora da 54ª Ocupação Itaú Cultural – Benjamim de Oliveira, novembro de 2021.

 

Dia 09 de março de 2022

·        DuCafundó (MT) - Kombinando com Cerrado

DuCafundó - divulgação

Após o fechamento do circo, dois artistas saem em busca de situações que os façam continuar a viver a arte, criando um universo lúdico e cheio de imaginação, onde se arriscam em situações hilariantes para não se perderem da felicidade. Kombinando com Cerrado é um espetáculo humorístico, circense e poético, onde todos são bem-vindos.     

Ficha técnica
Idealização de Jonatan Pontes e Edivaldo Silveira, produzido através da Lei Emergencial Aldir Blanc/2020.

Concepção:  duCafundó – Jonatan Pontes e Edivaldo Silveira

Direção Artística: Isis Anunciato

Direção Musical: Edivaldo Silveira

Roteiro: duCafundó

Elenco: Edivaldo Silveira e Jonatan Pontes

Figurino:  duCafundó

Cenário e Adereços: duCafundó

Costura de Figurinos: Tranzatto festas.

Direção de produção: Ísis Anunciato

Produção Executiva: Jonatan Pontes

Produção e Administração: Edivaldo Silveira

Supervisão Geral: Jonatan Pontes

Tempo: 35 min.

Classificação: Livre

O grupo: A Cia. Du Cafundó está instalada na cidade de Rondonópolis-MT e desenvolve trabalhos artísticos junto à comunidade local e demais regiões do país. Edivaldo Silveira é natural do Mato Grosso e Jonatan Pontes nasceu no Rio de Janeiro, se tornaram uma dupla de palhaços na Escola nacional de Circo Luiz Olimecha – ENCLO e desde então percorrem o país integrando a arte circense aos diversos aspectos culturais do Brasil.

 

·        Alice Araújo (AP) - As reprises nossa de cada dia

Alice Araújo - divulgação

Com um baú de surpresas, esbanjando toda a sua elegância e trapalhada em AS REPRISES NOSSAS DE CADA DIA a palhaça Perualda se apresenta ao público na forma mais pura (mais desajeitada), sozinha no palco se coloca em contato direto com o espectador em um jogo permanente da palhaça com o público, e o que seria situações normais do dia-a-dia transformam-se em muitos risos, acabando em uma grande e divertida confusão.       

Ficha técnica

Palhaça Perualda - Alice Araújo

Sonoplasta e Produtor - Washington Silva

Iluminador - Emerson Rodrigues

Acesso de comunicação e registro - Paulo Rocha

Tempo: 25 min.

Classificação: Livre

A artista: Atriz, Palhaça, Pesquisadora, Arte educadora na Rede pública de Ensino,  Coordenadora do Projeto Corda Bamba no Equador, representante da Região Norte, no Colegiado Nacional de Circo, do Conselho Nacional de Políticas Culturais-CNPC-MINC (Biênio 2015/2017), formada em Artes Visuais pela Universidade Federal do Amapá- UNIFAP, acadêmica do curso de licenciatura em Teatro, Pós-graduada em Estudos culturais e políticas públicas na mesma universidade; Acumula os títulos de Honra ao mérito pelos serviços prestados a palhaçaria amapaense, concedidos pelo Conselho estadual de cultura no ano de 2019 e em 2021 pela câmara de vereadores de Macapá.

                   

Dia 10 de março de 2022

·        Taiane Sales (RO) - A mais nova novidade

Palhaça Firmina - divulgação

É um episódio da série chamada Pílulas da Firmina, a qual a palhaça oferece dicas para tornar a rotina durante a pandemia menos chata. Neste episódio ela apresenta um produto que é A mais nova novidade, que ela mesma descobriu, sem querer querendo, e que agora quer compartilhar com grande entusiasmo.

Ficha técnica

Concepção, roteiro, atuação: Taiane Sales

Produção: Semear Cultura

Identidade Visual: Betânia Avellar

Figurino: Selma Pavanelli

Filmmaker: Édier William

Edição: CasaQuatro Vídeos

Tempo: 4min

Classificação: Livre

A artista: Artista independente, licenciada em Teatro pela Universidade Federal de Rondônia e pós graduanda em Produção Cultural, Arte e Entretenimento pela Faculdade Serra Geral. Como atriz está na cena rondoniense a mais de 10 anos, mas, atualmente se desdobra como performer, palhaça e produtora.

 

·        Teffy Rojas (AM) - Cualquier dia

Teffy Rojas - divulgação

O período de pandemia que o mundo está experimentado transformou por completo nossa realidade, para um artista, seja qual seja sua arte, não ter contato com a plateia que dá vida a ele, se tornou desafiador, Cualquier dia, relata a sensação de querer escapar das 4 paredes ao mundo que uma vez foi normal, mas para isso redescobrir como artista é peça chave nessa história.
Ficha técnica

Direção e criação : Teffy Rojas

Direção de fotografia: Valentina Ricardo

Tempo: 7 min.

Classificação: Livre

A artista: Artista venezuelana formada na Escola Circo Nacional de Venezuela em 2012, fazendo parte da equipe criativa da Fundacion Circo Nacional de Venezuela até finais de 2016; a princípio de 2017 decidiu emigrar ao Brasil e atualmente reside em Manaus-Amazonas, fazendo parte de vários grupos de circo e teatro da cidade, assim como também desenvolve projetos independentes que ajudem o crescimento das artes circenses na cidade.

 

·        Rainhas do Radiador (SP) - Raiow Rainhas!

Raiow Raínhas - divulgação

O circo chegou trazendo as atrações mais espetaculares do momento. Você não pode perder as finais do campeonato de Luta Livre, as canções da Mulher Centopeia, as mágicas e ilusionismos das trigêmeas SimSalaBim, e muito mais! Quem ficava de fora, agora ocupa o centro do picadeiro e promete abalar as estrutura com toda sua potência.

Ficha técnica

Direção: Geisa Helena

Elenco: Aline Hernandes, Ana Pessoa e Loi Lima

Trilha Sonora: Laruama Alves e Leandro Goulart

Treinamento Acrobático: Raphaela Olivo e Nicolas Mancialez (Duo Verse)

Treinamento em Luta Livre: Sara Soares

Concepção de Cenário e Figurino: Maria Zuquim

Confecção Figurinos: Rita de Cassia Martins Freitas

Confecção Cenário: Mônica Cristina da Rocha

Cenotécnico: Zé Valdir de Albuquerque

Captação de Imagem e Edição: Cleciane Tomé

Libras: Everton Tibúrcio

Tempo: 46min.

Classificação: Livre

O grupo: Formado por três palhaças, o Coletivo, pesquisa palhaçaria, comicidade física e luta livre. Já circulou por diversos Estados do Brasil. Foi contemplado com a Lei de Fomento ao Circo para montagem de seu espetáculo Raiow Rainhas. Tem os seguintes espetáculos em repertório: A Andarilhha, direção Dagoberto Feliz e contemplado pelo Proac 2020, Quizumba. O Coletivo também atua e ministra oficinas em parceria com a ONG Palhaços Sem Fronteiras realizando projetos no Brasil e América Latina. Em 2020 realizou projetos online em parceria com Sescs e Prefeitura. O coletivo já participou de diversos festivais de circo e palhacaria no país.

 

Dia 11 de março de 2022

·        Minúsculo Circo Caracol (TO) - Um Conto de fogo

Um conto de fogo - divulgação

O autor conta sua vivencia com o elemento fogo através da pirofagia. Número criado durante a pandemia, tentando aproveitar a linguagem do áudio visual para poder chegar no público.

Ficha técnica

Criação e produção: Alfredo Germán Vera

Camaras: Andre Rodriguez, Marina Marquez

Libras: Marcus Lua

Tempo: 7 min.

Classificação: Livre

O artista: Nascido em Buenos Aires, Argentina. Aprendeu a arte do circo fazendo malabarismos no semáforo, que passou a ser seu ganha-pão para viajar por seu país, criando um espetáculo de rua. Com a entrada no Brasil conheceu as escolas de circo, treinando diversas modalidades em 3 escolas e apresentando tecidos. Há 8 anos faz parte do circo OS KACO como artista, capataz e reciclador.

 

·        Oigalê Cooperativa de Artistas Teatrais (RS) - Circo de Horrores e Maravilhas

Circo de horrores e maravilhas - foto Lu Oliveira

Farsa baseada nos tradicionais circos dos horrores do início do século passado, que exibiam pessoas 'diferentes' como objetos de diversão. O espetáculo reflete sobre a exclusão, de uma forma divertida e poética.

Ficha técnica

Texto e Trilha Sonora: Fernando Kike Barbosa e Vera Parenza

Direção: Cláudia Sachs e Vera Parenza

Atuação: Roberta Darkiewicz e Vera Parenza

Preparação e Direção Musical: Simone Rasslan

Arranjos: Beto Chedid

Tradução para Libras: Luciano Abreu

Figurinos e adereços: Alexandre Magalhães e Silva

Cenografia: Luís Marasca

Assistente de Cenografia: Lia Rodrigues

Produção: Hamilton Leite e Vera Parenza

Tempo: 42min.

Classificação: Livre

O grupo: A Oigalê Cooperativa de Artistas Teatrais foi fundada em Porto Alegre/RS em 1999, e desde então mantém um trabalho contínuo e de pesquisa em teatro de rua, teatro de sombras, execução da trilha sonora ao vivo pelos próprios atores, linguagem gauchesca para o teatro e dramaturgia para o teatro de rua. Já encantou o público com mais de 1.500 apresentações em mais de 100 cidades do Rio Grande do Sul, 25 estados brasileiros, DF e exterior, atingindo um total de 500.000 pessoas. Participou dos mais importantes festivais e mostras teatrais do Brasil e alguns do exterior. Também levou seu trabalho a diversos lugares onde o teatro geralmente não chega, democratizando o acesso à arte.

 

Dia 12 de março de 2022

·        Circo Caramba (SP) - SI MI RE LA NO SOL FA

Circo Caramba - foto Gisele Cerqueira

Em tempos de pandemia e distanciamento social, o Palhaço Jerônimo irá se multiplicar e se transformar em uma banda virtual. Utilizando instrumentos convencionais e inusitados, interpretará de maneira muito peculiar algumas músicas mundialmente conhecidas.

Ficha Técnica

Criação, atuação e edição: Thiago Sales

Produção: Circo Caramba

Tempo: 7min.

Classificação: Livre

O grupo: Sediado em Campinas/SP, foi criada em 2009 por Thiago Sales. A carreira do artista teve início no ano de 2003, quando nasceu seu palhaço, o Jerônimo. Ao longo de sua trajetória, o Circo Caramba vem sendo reconhecido pela qualidade artística de suas produções e pela forma criativa como une a linguagem da palhaçaria a outras modalidades circenses e, em especial, à música.

 

·        Palhaço Ritalino (PR) - O MELHOR SHOW DO MUNDO... na minha opinião

O MELHOR SHOW DO MUNDO...
foto de Jorge Mariano

Antes que o show comece, está na hora do Ritalino vender pipocas ao respeitável público! Porém, não há artistas, e sem artistas, não tem show! Sem show o público vai embora e o pipoqueiro não fatura! Então, para garantir a venda da noite, Ritalino tem que subir ao palco.

Ficha técnica

Criação e Atuação: Tiago Marques | Palhaço Ritalino

Iluminação: Borracha Souza

Técnica Stand In: Carol Vaccari

Produção: Carol Vaccari

Adereços: Tiago Marques e Vanessa Yamamoto

Costura: Rosimeire Teixeira

Fotografia: Thaís Fujarra e Jorge Mariano

Registro em vídeo: Lafaiete do Vale

Design gráfico: Carlos Nacci

Consultoria de produção: Daniele Sampaio | SIM! Cultura

Tempo: 55min.

Classificação: Livre

O artista: Tiago Marques é formado em Artes Cênicas pela Universidade Estadual de Londrina e mestrando em Artes da Cena pela Universidade Estadual de Campinas. Em seu repertório possui os espetáculos “O MELHOR SHOW DO MUNDO... na minha opinião”, que foi indicado ao Prêmio Gralha Azul de melhor ator do Paraná por sua atuação neste espetáculo, In Concertina, que realizou uma turnê europeia em 2017 passando por 4 países, O AstroLábia, espetáculo ao vivo e online e O Carteiro, que contou com patrocínio da Funarte 2020. Em 2019 o ator completou 10 anos atuando como Palhaço Ritalino em Londrina/ Paraná.

 

Dia 13 de março de 2022

·        Cia Tu Mateixa (SP) - Gabinete de Curiosidades

Gabinete de curiosidades - foto Laura Faleiros

Um espetáculo de marionetes de fios que tem como temática o tempo, com uma história que se passa dentro de um relógio. Diversas personagens vivem o exato instante em que as engrenagens param e a partir disso, coisas muito curiosas passam a acontecer.

Ficha técnica

Confecção e manipulação de marionetes: Júlia Barnabé e Rocío Walls

Direção: Carla Candiotto

Concepção e Dramaturgia: Carla Candiotto, Júlia Barnabé, Rocío Walls

Trilha Sonora Original: Danielle Siqueira, Danilo Rodrigues e Domingo Duclos

Cenografia: Pierre Franclet, Eduardo Salzane, Valentin Fileteado, Júlia Barnabé e Rocío Walls

Figurinos: Elisa Rossin

Costureira: Ateliê Belas Modas

Adereços de figurinos e cenografia: Laura Alves - Ateliê Clã das Cores

Fotos e Vídeos: Marina Decourt - Multiversos Audiovisual

Produção Geral: Cia. Tu Mateixa Marionetes

Tempo: 22min.

Classificação: Livre

O grupo: Desde 2015 sediada em São Paulo, a Cia Tu Mateixa Marionetes foi criada por Júlia Barnabé a partir da confluência entre as linguagens de bonecos, teatro físico, circo e humor. Em 2016, a cia. estreia o espetáculo Laia e o Voo da Imaginação e, desde então, vem circulando por diversos festivais de teatro e circo em mais de 10 países entre América Latina, Europa, Ásia e África. Em 2019, a marionetista argentina Rocío Walls, com longa trajetória em teatro de marionetes, passou a integrar a cia. Em 2020, foi contemplada pelo Fomento ao Circo da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e em 2021 estreou o espetáculo Gabinete de Curiosidades com direção de Carla Candiotto.

 

·        Lamira Artes Cênicas (TO) - Luna de Miel

Luna de miel - divulgação

O espetáculo retrata a história de um casal de palhaços que, após o casamento,  saem para a lua de mel. E na lua de mel vão passar por inúmeras aventuras que farão descobrir que o amor e a palhaçaria são os melhores antídotos para as dificuldades.

Ficha técnica

Direção Clown: Oscar Zimmermann – Fundador da Palhaçaria Chilena

Concepção: Carolina Galgane, João Vicente e Oscar Zimmermann:

Coordenação Geral: Carolina Galgane

Coreografia: João Vicente

Iluminação: Lúcio de Miranda

Figurino e Designer de Aparência SP/SP: Adriana Vaz, Rogério Romualdo e Oscar Zimmermann

Cenografia: João Vicente e Vívian Oliveira

Vídeo Mapping: Lu Izidoro

Artistas: Carolina Galgane e João Vicente

Tempo: 50 min.

Classificação:Livre

O grupo: Uma companhiaTocantinense que se consolidou através de uma estética própria, que utiliza a fisicalidade como ponto de intercessão entre as linguagens da dança, teatro e circo. Desde seu início, a LAMIRA constrói espetáculos que servem de referência estética à capital onde está inserida. Representando a produção cênica tocantinense pelo Brasil, a Cia. já circulou em 25 Estados e o Distrito Federal, percorrendo todas as cinco regiões do país, em mais de 84 cidades brasileiras e todas as capitais (exceto Aracaju).

 

 

Sobre o Teatro Ruante, realizador da Mostra

Presente na cidade de Porto Velho/RO desde 2015, o coletivo vem contribuindo com a cena artística local e amazônica por meio de suas montagens teatrais, oficinas de palhaço, de técnicas circenses e teatro, produção de eventos e o Festival PalhAçaí. O Teatro Ruante também tem participado com seus espetáculos de festivais em outros estados do Brasil.

Teatro Ruante - divulgação

O grupo tem como fonte inspiradora o universo popular e busca fundir em seus trabalhos a linguagem circense (sobretudo da arte da palhaçada), o teatro de rua e a música. Tem como propósito apresentar-se em espaços abertos e alternativos, visando uma comunicação direta com o público das mais variadas idades.

Em 2018 foi contemplado com o Prêmio Sesc de Incentivo às Artes Cênicas; em 2019 foi contemplado com o Prêmio Funarte de Incentivo ao Circo; em 2020 foi contemplado com editais da Funcultural e pode realizar um documentário sobre sua trajetória; ainda em 2020 foi contemplado também com o Edital Pacaás Novos, da Sejucel e realizou a 1ª edição do Festival PalhAçaí – circo teatro; e novamente em 2021 no mesmo edital, possibilitando a realização da 2ª edição do Festival.

Atualmente o Teatro Ruante tem em seu repertório os seguintes espetáculos: Cotidiano-mulher (2019), A muy lamentável e cruel história de Píramo e Tisbe (2018), Cabaré Ruante (2017), Era uma vez João e Maria... e ainda é (2016), História de contar (2016) e Que palhaçada é essa aqui? (2015). Produziu para seu canal no YouTube Metendo o nariz (2019) e Quarentena Ruante (2020).

 

Canais de exibição da programação: YouTube (https://www.youtube.com/c/teATroRUAnte) e Facebook (https://www.facebook.com/TeatroRuante)

Maiores informações: (69) 98164-3332