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terça-feira, 3 de novembro de 2020

PaCultura entrega carta aos candidatos à prefeitura de Porto Velho com algumas reivindicações para a área da cultura

O Movimento PaCultura, da cidade de Porto Velho, que reúne artistas de diversas linguagens culturais vem se reunindo de forma remota com alguns candidatos e entregando uma carta elaborada pelo coletivo. As reinvindicações são poucas, mas se postas em prática poderá fazer com a cultura portovelhense dê um salto em termos quantitativos e qualitativos.

Até o momento a carta foi entregue à três candidatos, Ramon Cujui, Edvaldo Soares e Vinicius Miguel respectivamente, sendo que os dois primeiros assumiram o compromisso com os pontos reivindicados e o terceiro ficou de analisar o documento com calma.

A íntegra do documento pode ser lido abaixo.



AOS CANDIDATOS À PREFEITURA DE PORTO VELHO

 

Cultura para além dos negócios: diretrizes gerais para programas de cultura na cidade de Porto Velho/RO

Embora a cultura jamais tenha ocupado um espaço central no debate político, não se pode ignorar que ela é cada vez mais dividida em dois grandes grupos: uma pautada em um processo civilizacional e outra na dominação e nos negócios. Pelo menos desde os anos 1940, quando surgiram os primeiros estudos sobre a indústria cultural, a investigação nesta área revela a imbricação profunda entre a produção de bens simbólicos e o funcionamento da sociedade de mercado, da alienação e do consumo de massa. No Brasil atual, marcado por múltiplas dependências típicas de um país periférico, o colonialismo cultural é o resultado da nossa formação social, caracterizada pela escravidão, pela brutalidade e vulgaridade das elites, pela desigualdade social e pelo oligopólio na mídia. Chocam-se, então, duas concepções de arte e cultura.

Uma que reconhece seu valor civilizacional e sua capacidade de emancipação humana. Nesta perspectiva, a cultura é vista como um direito, da mesma forma que a saúde, a educação e a moradia. É um direito porque constrói a identidade de um povo, aguça nossos sentidos, aprimora nossa compreensão do mundo e de nós mesmos. Arte e cultura são práticas sociais que permitem a representação e a fabricação do mundo. Por isso, em todos os tempos há quem tente domesticá-las, transformando bens simbólicos em produtos que se compram e vendem. Nós propomos, ao contrário, a alegria criativa do povo, que resiste, propõe e transforma. Esta concepção de cultura que propomos é necessariamente incompatível com o mercado e seus velhos ou novos modelos de negócios. Ela diz respeito à criação e fruição de bens comuns a que todos têm ou deveriam ter direito.

Em contraposição existe outra concepção de cultura, gestada, parida e sustentada pelo mercado, puxada pela indústria cultural. Sabemos que é difícil nos opormos eficazmente a este modelo, já que estamos mergulhados nele. Somente um projeto inédito, criativo e radical pode resistir ao canto das sereias das novíssimas economias criativas e sua ideologia do empreendedorismo, do soft power e da monetização cultural. Em uma sociedade desigual, a produção e o acesso à arte e à cultura são também desiguais. Por isso, uma política pública cultural preocupada com a maioria da população deve inverter as atuais prioridades. Agora é a vez da periferia. O Brasil é periferia e nós estamos situados, portanto, na periferia da periferia. Uma nova política cultural precisa ser mais democrática e integradora dos grupos minoritários, como os indígenas, caboclos, ribeirinhos, negros, mulheres, LGBTQI+, enfim, mais descentralizada e verdadeiramente democrática. Nossa cidade é plural e nossa cultura também deve ser.

Nossa cidade, com mais de meio milhão de habitantes e distritos ribeirinhos muito distantes do centro urbano tem um grande desafio neste início de uma nova década para o futuro do setor cultural. Além dos desafios postos em 2020 pela pandemia do novo Corona Vírus, temos também um triste histórico recente de desmontes e ataques à cultura em âmbito nacional e no Estado ainda está se constituindo uma política cultural.

Com o advento da aprovação da PEC e da Lei do Plano Nacional de Cultura no ano de 2005, um movimento muito importante começou a acontecer em centenas de municípios do Brasil. A construção do Sistema Nacional de Cultura! Cidades dos mais diversos tamanhos e vocações culturais começaram a implantação dos seus Sistemas Municipais de Cultura. Foi a continuidade da implantação dos Sistemas Municipais que permitiram que o SNC sobrevivesse aos desmontes e rupturas políticas. Todavia, com a crise pandêmica do Corona Vírus, o SNC ganhou um novo fôlego para seu avanço, graças à aprovação da Lei Aldir Blanc, que pela primeira vez na história utilizará o mecanismo de repasse fundo a fundo, o mecanismo central do SNC, para distribuir recursos para todos os municípios do Brasil. A participação social também ganhou fôlego. Os trabalhadores da cultura estão mais uma vez mobilizados e organizados para construir as políticas culturais pela base!

O Movimento PaCultura, que está organizado na cidade de Porto Velho com artistas das diversas linguagens, vem militando por uma cultura plural, democrática e construída de baixo para cima, vem, por meio deste documento, apresentar nossas propostas:

O que buscamos

1) Orçamento compatível com a importância social da Cultura;

2) Editais, leis, programas e fundo (que já existe) desburocratizado, com dotação orçamentária própria e comissões julgadoras plurais e democráticas, garantindo uma cultura plural e inclusiva para o conjunto da população;

3) Transparência e participação efetiva da população na gestão das políticas culturais através de conferências e outros mecanismos de formulação e decisão, promovendo a integração e a transversalidade da arte e da cultura em todos os setores da vida social, como a educação, o esporte, o meio ambiente, a comunicação e o trabalho;

4) A efetiva implantação do Sistema Municipal de Cultura e o respeito ao Conselho Municipal de Cultura.

 

Porto Velho, outubro de 2020

Movimento PaCultura


quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Rede Teatro da Floresta exige que o poder público, estados e municípios, da Região Norte destinem a verba da Lei Aldir Blanc urgentemente

 

Rede Teatro da Floresta exige que o poder público, estados e municípios, da Região Norte destinem a verba da Lei Aldir Blanc urgentemente

A Rede Teatro da Floresta, com fazedores nos setes estados da Região Norte, vem a público exigir urgência dos entes públicos, Estados e Municípios, na destinação dos recursos da Lei Aldir Blanc, afinal trata-se de uma lei emergencial e que tem por objetivo salvar os trabalhadores, as trabalhadoras e toda a cadeia produtiva da cultura.

Somos uma região profunda e rica, com culturas muito diversas, como indígenas (na complexidade dos seus diversos povos), quilombolas, ribeirinhos, com comunidades de povos da floresta, de rios e das cidades. As práticas culturais da região estão apartadas dos grandes centros e relegadas ao abandono dos poderes públicos locais, a prova disso é que o CUSTO AMAZÔNICO (anexo) votado como prioridade nas Conferências Nacionais de Cultura nunca foi posto em prática.

Atualmente, devido a pandemia do COVID-19, todas as nossas atividades culturais estão paradas e não temos ideia de quando será nosso retorno. Em uma articulação nacional inédita, os artistas conseguiram fazer com que o Estado brasileiro destinasse 3 bilhões do Fundo Nacional de Cultura à cadeia produtiva e a todos os trabalhadores e trabalhadoras de cultura do país. Esses recursos são nossos por direito e não devem retornar aos cofres da União, pois impossibilitará a continuidade dos nossos fazeres artísticos. Cabe ressaltar que os Municípios que não entregarem seus planos de execução na Plataforma +Brasil, negligenciarão nosso fazer e responderão por omissão de receitas (Lei 101/2000). Quem tem fome tem pressa. Os artistas têm urgência. Exigimos a aplicabilidade dos recursos em toda Região Norte, só assim continuaremos a produzir arte em nossa região.

O tempo passa e o descaso continua. Por isso, em nossa busca por políticas públicas culturais, insistimos em nossa afirmação de uma década atrás, em nossa Carta Pororoca (2010):

A Rede Teatro da Floresta busca uma biopolitica construída por artistas/articuladores do Teatro da Amazônia. A Rede entende que o Brasil, com todas as suas instituições e mecanismos de políticas culturais para as artes do teatro, não poderá continuar míope quanto aos artistas do norte do país e suas poéticas e procedimentos cênicos, e principalmente, deixar de reconhecer o que significa o CUSTO AMAZÔNICO do fazer cultural/teatral em nossa região, implicando uma compreensão das dimensões histórica, geográfica, sócio-política, econômica e imaginária de nossa terra e tribos.

Que se cumpra.

16 de outubro de 2020


REDE TEATRO DA FLORESTA

 

APOIAM:

1.       Teatro Ruante - Porto Velho/RO

2.      Grupo Xingô - São Paulo/SP

3.      Trupe será o Benedito- Caicó/RN

4.      O Imaginario -Porto Velho / RO

5.      Grupo Manjericão - Porto Alegre/RS

6.      Teatro Imaginário Maracangalha - Campo Grande MS

7.      Companhia Opinião - SP

8.      Teatro em Trâmite - Florianópolis/SC

9.      Nativos terra rasgada - Sorocaba/SP

10.  Nucleo Aclowndemia de Palhaçaria - Sorocaba/SP

11.  Cia. Estável de Teatro - São Paulo/SP

12.  Grupo TAMTAN - Tanquinho-Bahia.

13.  Grupo Pombas Urbanas - São Paulo/SP

14.  Grupo Teatro de Caretas / CE

15.  Trupe Olho da Rua /Santos-SP

16.  Grupo TIA / Canoas-RS

17.  Grupo teatral Hemisfério

18.  Coletivo de Artistas, Produtores e Técnicos em Teatro do Amapá-CAPTTA

19.  Centro de experimentação artístico e Cultural encanto dos alagados-AP                                                         

20.  Cirquinho do Revirado Criciúma SC

21.  Grupo de Teatro De Pernas Pro Ar - Canoas RS

22.  Mamulengo Rasga Estrada - Presidente Prudente - SP

23.  Coletivo Fulô - Crato - CE                                             

24.  ERRO Grupo - Florianópolis - SC

25.  Trupe Circuluz - Olinda - PE

26.  Palhaço Piruá - Natal - RN

27.  Grupo Máscaras - Guaranésia - MG

28.  Grupo Rosa dos Ventos- Presidente Prudente SP

29.  Núcleo Sem Drama Na Cia da Cabra Orelana - São Paulo SP

30.  Bojiganga de Artes - São Paulo- SP

31.  Esquadrão da Vida - DF

32.  Cia de Teatro Madalenas - Belém-PA

33.  Cia Vulcânicas - São Paulo - SP

34.  Cia Lamparim de Circo e Teatro - Quixeramobim – CE

35.  CHAP - RJ

36.  Grupo Cutucurim - Angra dos Reis-RJ

37.  Corpos & Sombras - teatro e circo - São Leopoldo-RS

38.  Grupo Mãe da Rua - São Paulo

39.  Grupo A Pombagem / Salvador-Ba

40.  Cia Circunstancia -  Belo Horizonte/MG

41.  Brava Companhia/sp

42.  MARL – Londrina / PR

43.  Teatro Widia - Santos/SP

44.  Flor e Espinho - Campo Grande/MS

45.  Escarcéu de Teatro- Mossoró/RN;

46.  Grupo Olho Rasteiro - Curitiba/PR

47.  Cia LaCasa – Maceió/AL

48.  Gira Cia Andante - Migu el Pereira/RJ

49.  Teatro de Rocokóz - SP/SP

50.  Rué La Companhia- Guarulhos/SP

51.  Circovolante - Mariana/MG

52.  Circo Pratodos.- Mariana/MG

53.  Cia Colcha de Retalhojs SP/SP

54.  MiraMundo Produções Culturais (MA)

55.  Companhia Cultural Ciranduís - Janduís/RN

56.  Árvore Casa das Artes - Vitória/ES

57.  Teatro Itinerante RJ (Marcondes Mesqueu)

58.  Como La em Casa Teatro & Cia Bella - São Paulo

59.  Brava Companhia - São Paulo/SP

60.  Bando GolíardXs - São Paulo/SP

61.  Circo Teatro Capixaba - Divino de São Lourehnço/ES

62.  Grupo GRUTTA - Tangará da Serra/MT

63.  Cia. Fábrica SP - Peruíbe/SP

64.  Lacarta Circoj Teatro de Rua - ES

65.  O Buraco  d'Oraculo  - São  Paulo/SP

66.  Licko Turle PELE NEGRA - Salvador/BA

67.  CIA DE TEATRO NU ESCURO/GOIANIA-GO

68.  Grupo OffSina Rio de Janeiro- RJ

69.  Teatro de Trincheira / Caraguatatuba - SP

70.  Edmilson Santini - Cia Teatro Em Cordel

71.  Grupo Mãe da Rua - São Paulo

72.  Mamulengo Sem Fronteiras - DF

73.  Povo da Rua - Porto Alegre/RS

74.  Os Mamatchas - Morón/Buenos Aires

75.  Salmonela Urbana Cia- Curitiba-PR

76.  Bonita Lampião - São Paulo

77.  Som na Linha - P. Prudente/SP

78.  Grupo Put's de Teatro - Toledo/PR

79.  Será O Benedito?! / RJ

80.  Movimento PaCultura - Porto Velho/RO

81.  Thiago Maziero - Músico e produtor cultural - Porto Velho/RO

82.  Movimento Pró Cultura - Rondônia

83.  Marfiza Calixto de França - Musicista e produtora - Rondônia

84.  Walterlina Brasil - Diretora do Núcleo de Ciências Humanas da Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

85.  Rafael Altomar - Porto Velho/RO

86.  Selma Pavanelli - Porto Velho/RO

87.  Marina Quinan - Las Cabaças- PA

88.  Juliana Balsalobre -Las Cabaças- PA

89.  Projeto Roda na Praça - Manaus / AM

90.  Maiara Rio Branco AsAguadeiras  - Acre

91.  Amanda Schoenmaker - AsAguadeiras- Acre

92.  Criart Teatral - Boa Vista/RR

93.  Romana Melo - Belém/PA

94.  Antoniele Xavier - Macapá/AP

95.  Jamile Soares Porto Velho/RO

96.  Stephanie Matos – Porto Velho/RO

97.  MAB - Movimento Atingidos pela Barragem - RO

98.  CEVA - Cia Eventual de Artes - Rio Branco/AC

99.  Cia. Garatuja de Artes Cênicas/ Ac

100. Everton silva - Mestre Arrepiado - Acre

101. Eurilinda Figueiredo - educadora, articuladora e ativista cultural - Rio Branco/Acre

102. Instituto Madeira Vivo

103. Espaço Cultural Maloca Mura de Nazaré

104. Elizeu Braga - Casa Arigóca - Porto Velho

105. Frente Brasil Popular/RO

106. Ângela Cavalcante  - Atriz e diretora de Teatro - Porto Velho/RO

107. Grupo Quebracabeça - Porto Velho/RO

108. Marlúcio Emídio - Ator - Porto Velho/ RO

109. Suani Corrêa – Palhaços Trovadores – Belém/PA

110. Alessandra Nogueira – Palhaços Trovadores – Belém/PA

111. Companhia Paraense de Potoqueiros - Belém/PA.

112. Espaço das Artes de Belém - Belém / PA.

113. Associação de Teatro de Parauapebas- PA.

114. Grupo T.E.I.A. Belém/Pa.

115. Cia. Oliver de Teatro. Belém/Pa.

116. Cia. Teatral Nós Outros. Belém/Pa.

117. Grupo teatral Asas da Liberdade, turma do sorriso/ doutores sorridentes/ grupo teatral, turminha de jesus/ Instituto Cultural Hozana Lopes de Abreu/ Marabá Pará

118. Companhia de Cultura L'os Fulanos. Oriximiná-PA.

119. Cia. Panada de Teatro - Tucuruí/PA.

120. Grupo de teatro GARAGEM TEATRAL - Tucuruí/PA.

121. Coletivo Curupiranhas - Bragança-PA;

122. Grupo de Teatro Palha - Belém do Pará.

123. GITA - Belém do Pará.

124. Cia. Theatro de Performances e Espetáculos - Belém/Pa

125. Dirigivel Coletivo - Belém/Pa

126. Associação Cultural Palhaços Trovadores-Belem/Pa

127. Grupo Limítrofe -Belém/PA

128. Bambare arte e Cultura Negra/AFAIA Belem-PA

129. Grupo de Teatro Olho d'água - Santarém -PA.

130. Grupo de Teatro de Bonecos Novos Nheengaíbas - Soure

131. Grupo Folhas de Papel - Belém - Pa

132. Cia teatral Bom Intento- Bujaru PA

133. Trupe de Teatro FLÔR DE LYZ - Ananindeua PA

134. Companhia em Educação e Cultura Ludico-Arte  - Capanema PA

135. Cia de Teatro Kizomba - Bujaru-PA

136. Coletivo Alumiá e Mulheres na Técnica PA

137. "Kira" Rycley Bruce - Projeto Nimassa - Santarem/PA

138. Elder Aguiar- Grupo de Teatro Olho d'água - Santarem/PA

139. Maria Thaís - diretora teatral - São Paulo/SP

140. Ana Cristina Colla -, Lume- Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais -UNICAMP

141. Milena Marqeus - Nascedouro Gestão Cultural, São Paulo/SP

142. Alexandre Roit - São Paulo - SP.

143. Jefferson Fernando Carneiro Alexandrino da Igreja / Grupo de Teatro T.E.M (Teatro Experimental do Mosqueiro) -  Belém/PA

144. Leandro Pansonato Cazula - Projeto Iurupari, Grupo de Teatro, Santarém/PA

145. Maria Rita Costa da Silva-Rio Branco/AC

146. Luciano Flávio de Oliveira,  Trupe dos Conspiradores, Porto Velho/Rondônia.

147. Raimundo Nonato Tavares, Companhia Vitória-Régia/Manaus Amazonas

148. Guilherme Henrique Brito Vieira | Grupo de Teatro 'Motirõ de Teatro' ,Gurupi/TO

149. Keila Silva - Celeiro Cultural , Ji-Paraná/RO

150. Maria da Conceição Gomes dos Santos., Grupo Iurupari, Santarém/PA

151. Juliana Gontijo, As Graças, São Paulo/SP

152. Lucas Alcides Justino- Grupo de Teatro Um Ponto Dois - Palmas/TO

153. Cícero Belém Filho | Cia de Teatro Fernanda Montenegro | Palmas - TO

154. Claudio Barros - Belem/PA

155. Luiz Evandro Rodrigues Barbosa (palhaço Pimenta) - Coletivo Circo Tapajós,  Santarém/Pará

156. Fernanda Haucke, Cira Mor, São Paulo/SP

157. Cibele Forjaz, Cia Livre/ SP

158. Eliana Bolanho , Cia Teatral As Graças -São Paulo/SP

159. Eduardo Brasil / Cia 22:22 Teatro e Dança/ SP

160. Ana Clara Amaral/Cia 22:22 Teatro e Dança/SP

161. Jonas Santos Estevão/ arte de Rua Botucatu/ São Paulo

162. Lucenildo Soares Lima - Monte Alegre/PA

163. Roberto Borovik (Borô) - Alter do Chão, Santarém / PA

164. Auristela C.Castro

165. Francesco Zigrino - diretor teatral - Bolonha/Italia

166. Lamira Artes Cênicas - Palmas/TO

167. Annieli Valério, Uirapuru Cultura e Comunicação, Oriximiná/Pará

168. Leandro Oliva- Projeto Palco - São Paulo/SP

169. Aline Sasahara, documentarista, São Paulo/SP

170. Juliana Jardim, Ensaios Ignorantes, São Paulo/SP

171. Celso Maldos, documentarista - São Paulo/SP

172. Rosival Dias de Sousa. Cururim e Cia - Santarém/PA

173. Carlos Francisco - Grupo Folias D'arte - São Paulo/SP

174. Byanca Andréa

175. Grupo Cordão Encantado do Repente, Rio Branco/Acre

176. Giovanna Parra - Produtora, São Paulo/SP

177. Leandro Chaves Araujo, Rio Branco/AC

178. Jefferson Paiva de Sousa, Coletivo Tapajônico, Santarém/Pará

179. Doutores sorridentes

180. Val Oliveira/ grupo teatral Asas da Liberdade, Marabá  Pará

181. Panorando Cia e Produtora/Coletiva de   Palhaças/Cacompanhia Manaus-AM

182. Kelly Vanessa nunes de Sousa- Manaus/AM

183.  Kelly Lima, Circo di SóLadies/SP

184. Tatá Oliveira, Circo di SóLadies/SP

185. Veronica Mello, Circo di SóLadies/SP

186. Grupo GPT – Rio Branco/Acre

187. As Aguadeiras – Rio Branco/Acre

188. Cia. Expressão de Teatro – Rio Branco/Acre

189. Grupo do Macaco Prego da Macaca e Barulho do Acre – Rio Branco/Acre

190. Associação Cultural Artística Locômbia Teatro de Andanças - Boa Vista Roraima

191. Cia Art Teatro. Companhia, Meio Fio- Boa Vista Roraima

192. Fórum de Artes Cênicas - Boa Vista Roraima

193. Federação de Teatro do Acre - FETAC

194. Cia. Visse e Versa de Ação Cênica - Rio Branco – Acre

195. Associação de Teatro de Santarém - ATAS - Santarém - PA

196. Grupo Teatral Kauré - Santarém/PA

197. In Bust Teatro com Bonecos - Belém-PA

198. Rafael Barros - Porto Velho/Guajará-Mirim - Rondônia

199. Taiane Sales - Porto Velho/Rondônia

200. Grupo de Teatro e Pesquisa Papa Xibé - Santarém (PA).

201. Everton silva - Mestre de Capoeira Arrepiado - Acre

202. Companhia de Cultura L'os Fulanos. Oriximiná-PA

203. Associação de Teatro de Parauapebas - Pará

204. CIa. Eventual de Artes Rio Branco Acre

205. Lúdico-Arte - Capanema PA

206. Movimento Cultural Desclassificaveis - AP

207. Zecas Coletivo de Teatro - Belém - PA

208. Soufflé de Bodó Co. - Manaus - AM

209. Trupe de Experimentação e Investigação em Artes -TEIA/PA

210. Zenital Produções - RO

211. Projeto Roda na Praça - Manaus/AM

212. Coletivas Xoxós - Belém/PA

213. Cia de Artes Evolução-Porto Velho/RO

214. Cia Teatral MeioFiu / Roraima-RR

215. Cia Arteatro /Boa Vista - RR.

216. Cordão Encantado do Repente/Rio Branco Ac

217. Cia. Sorteio de Contos - Belém/Pa

218. Grupo Experimental de Artes Vivarte Acre e Casa de Cultura Vivarte - Acre

219. Fórum de Artes Cênicas de Roraima

220. Tata Pacheco Arte-Belém/PA

221. Carolina Di Deus - Acre

222. Karimme Silva, Belem/PA

223. Nalzar O Portal das Artes Acre Kuran

224. Ancaca - Arte na Comunidade a Ceu Aberto, Marabá/PA

225. Espaço Cultural Kauré - Santarém – PA

226. Rede Brasileira de Teatro de Rua

227. Fórum Permanente do Teatro do Pará

228. Adailtom Alves Teixeira – Professor da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) – Porto Velho/RO

229. PAKY`OP – Laboratório de Pesquisa em Teatro e Transculturalidade do Departamento de Artes da Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

230. Jussara Trindade Moreira – Professora da Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

231. Alexandre Mate – professor da Universidade Estadual Paulista – Unesp

232. Alexandre Falcão de Araújo - professor da Universidade Federal de Rondônia

233. Fernanda Azevedo - Coletivo Comum – São Paulo/SP

234. Luiz Eduardo Frin – Professor de teatro - São Paulo/SP

235. Andressa Batista – Produtora cultural – Porto Velho/RO

236. Beatriz Georgopoulos Calló - Coletivo Comum – São Paulo/SP

237. Laura Melamed Barbosa – Grupo de Pesquisa Amorada - São Paulo/SP

238. Simone Carleto - Grupo de Pesquisa Amorada

239. Flávio Melo - Grupo Teatral Nativos Terra Rasgada - Sorocaba/SP

240. Rodrigo Morais Leite - professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA)

241, Ivanildo Piccoli Brincantuar CNPq Ufal

242. Valdete Sousa teatro Wankabuki RO

243. Coletivo Indígena Mura de Porto Velho

244. EspaçoCultural: Casa de Cultura Vivarte- AC

245. Mawaca - São Paulo

246. Iberê Guaraní M'byá

247. Karla Martins - atriz e produtora cultural

248. Hundu Shãwã articulador, Cacique Geral Ac

249. Instituto Cultural Ajuri no (INCA), Parintins-AM

250. Marcos Moura - Gestor e Produtor Cultural, Parintins-AM

251. Elgle Alves Artur Manchineri, Rio Branco-AC

252. Francis Mary Alves de Lima - poetisa, Rio Branco - Acre.

253. Nalzar o Portal das Artes – Acre

254. Berenice Perpétua Simão-  Professora, Bailarina;  Porto Velho,  RO

255. Cléber Barros Moura - Dramaturgo, cenógrafo e professor de teatro - Rio Branco/AC

256. Alessandro Gondim - Escritor - Rio Branco/AC

257. Kelvin Illitch Silva Santos - Artista - Rio Branco/Ac

258. Eldo Carlos Gomes Barbosa Shanenawa /Rio Branco – AC

259. Ricardo Dantas - escritor - Boa Vista-RR

260. Mestre Artesão de Ofício Darlindo Oliveira do Pará

261. BÀBÁ EDSON CATENDÊ cantor, ator, dramaturgo, produtor cultural e Mestre tradicional de matriz afro brasileira - Belém-Pará

262. Isabelle Amsterdam realizadora Audiovisual- Rio Branco/AC

263. Carolina Di Deus, atriz, palhaça, cantora e produtora cultural

264. Glauber Jansen, músico, compositor e produtor cultural/AC

265. Concita Maia - Instituto Mulheres da Amazônia/IMA

266. Patricia Helena Costa Silva/AC

267. Camila Cabeça/ Acre e Pará

268. AFAIA/ESPAÇO CULTURAL ARAUARA- PARÁ

269. Deia Palheta / coordenadora Pto. De Cultura Iaçá/ Musicista e compositora; Profa. Da UFRA-PA

270. Jéssica Vulcão/ Acre  

271. Delton Cruz – Educador e Gestor Cultural - PA  

272. Pedras - compositor, produtor musical e instrumentista RN/AC

273. Edmilson Figueiredo - Produtor Cultural / poeta / compositor / cinegrafista – Brasília

274. Diego Brito – Músico, educador musical e produtor cultural - Taquarussu do Tocantins – TO

275. Laurene Ataíde - Socióloga, Produtora Cultural, Coordenadora Pto. de Cultura Ninho do Colibri/Museu dos Pássaros/Belém/PA

276. Associação Cultural Artística Locômbia Teatro de Andanças - Boa Vista/RR

277. Las Cabaças - Santarem-PA

278. Grupo de Teatro e Pesquisa Papa Xibé - Santarém (PA)

279. Grupo de Teatro Palha - Belém do Pará

 

 

 

ANEXO

CUSTO AMAZÔNICO

 

            Existe uma região no Brasil composta por indígenas, europeus, asiáticos, negros africanos, caboclos e nordestinos brasileiros migrados, e principalmente, e quase totalmente, por uma mistura-mesclada de todos os outros citados, o "Homo amazonius", ser humano adaptado ao seu território.

            Formada pelos sete Estados da região norte, mais parte do Maranhão e parte do Mato Grosso, esta região, Região Geoeconômica da Amazônia ou Complexo Regional Amazônicoocupa 59% por cento do território desse país, cerca de 5,1 milhões de quilômetros quadrados de barreiras geográficas, que obriga o ser humano adaptado a, dentro de um único Estado, levar 32 horas de viagem fluvial para ir de um município a outro, sem opção terrestre ou aérea. Ou, dentro de um único município, percorrer 900 km de um distrito até a sede urbana, por terra (digo, lama), sem opção fluvial ou aérea.

            Ser humano adaptado a apenas duas estações: a de poeira, no verão, e a de lama, no inverno, se estiver em área terrestre, e a de lama, no verão e de muita água, no inverno, se for ribeirinho. O Clima equatorial úmido, predominante na região, gera altas taxas de precipitação pluviométrica. No verão chove todo dia, no inverno chove o dia todo. Em qualquer das situações, terá que enfrentar a malária, a dengue, a leishmaniose, e, a cada novo período de lama, o aumento de cerca de 40% no preço dos alimentos e medicamentos que podem ser comprados (se tiver onde comprar). Quem tem equipamentos eletrônicos ou qualquer outro bem com um mínimo de sensibilidade à umidade, necessita de um estado permanente de manutenção ou perda total de documentos, objetos, acervos.

            Em centenas de lugarejos e comunidades de dezenas de municípios paga-se muito e arrisca-se a vida para simplesmente ir e vir, pois as únicas vias de acesso são os rios e igarapés da maior bacia hidrográfica do planeta, com quatro milhões de quilômetros quadrados só na Amazônia brasileira. Os barcos, meios de transporte predominantes na região, no geral, não tem equipamentos de segurança, a maioria não possui coletes salva-vidas, proteção contra o escapamento de fumaça do motor e nem contra o eixo de funcionamento (gerando um dos índices mais elevados de escalpelamento do mundo), sem conforto e limpeza. Ainda assim, é caro. O diesel que alimenta esses barcos sai de São Sebastião (SP) e percorre de 6 a 10 mil quilômetros para ser consumido e, nisso, entre navios, barcos, caminhões e muitos dias de viagem, gasta 10 milhões de reais, transformando-se no diesel mais caro do país.  

            Esse mesmo diesel torna a energia 5 vezes mais cara na região, pois é gerada em usinas termelétricas alimentadas...pelo diesel, que, além, jogam no ar, por ano, o equivalente a toda a frota de veículos da cidade de São Paulo no mesmo período. Com essas condições, existem distritos, comunidades e até regiões da Amazônia brasileira sem energia elétrica. Também, no trecho amazônico da transamazônica, 66% da população não tem água encanada e 27% não tem instalações sanitárias.

            O ser humano adaptado, mesmo o mais adaptado, com toda a certeza prefere condições mais adequadas de vida. Disse adequadas. Ele não precisa de um prédio de apartamentos, nem de um carro do ano, alguns nem de trabalho precisam, pois já tem, mas de condições sanitárias melhores, comodidades que a energia elétrica estável permite, água encanada, médico, escola, arte, reconhecimento cultural. Os governos, sem disposição política de chegarem até essas pessoas, passaram anos estimulando o êxodo e hoje 73% da população amazônida vive nas cidades. Estes enfrentam problemas semelhantes aos das cidades do sul e do sudeste do Brasil (bolsões urbanos de desemprego, violência, drogas, sobrevida), mas, sem infraestrutura. Os outros, mais adaptados, que por algum motivo continuam na floresta ou nas beiras de estradas e de rios, sobrevivendo da pesca, do extrativismo vegetal ou da agricultura familiar, parecem ter menos direitos sociais de cidadania que os das cidades (eles não vivem nas cidades mesmo).

            Sim, as políticas públicas no Brasil apresentam vários problemas. Mas, para a Amazônia, submetem o amazônida a um processo econômico que não o considera, não considera as características da região e, por conseguinte, não respeita a sua cultura. Repete experiências que deram certo noutros contextos culturais e naturais, concebe povo e natureza como primitivos e atrasados. A idéia de desenvolvimento sustentável, que considera o meio e seu sujeito, insere suas necessidades presentes e prevê condições futuras, não é essencial nessas políticas, aparece limitada a alguns programas de alguns órgãos dos setores ambientais. Ou seja, a grandeza, a riqueza e a diversidade da floresta são reconhecidas, mas o ser humano que a habita, não.

            Falemos então dos custos disso. Esta região possui o 3º Produto Interno Bruto do Brasil (perdendo para o Centro-Sul e para o Nordeste), com uma economia baseada no extrativismo animal, vegetal e mineral. Algumas multinacionais estão instaladas na região, sobretudo na serra dos Carajás (Pará), de onde se extrai parte do minério de ferro do país. Alguns pólos industriais se destacam na região, a saber, o Pólo Petroquímico da Petrobras, com extração de petróleo e gás natural nos poços de Urucu, em Coari/AM, o Pólo Industrial de Manaus (PIM) e o Pólo de Biotecnologia, também em Manaus. O PIM fabrica a maioria dos produtos eletrodomésticos brasileiros valendo-se de uma política governamental de isenção de impostos.

            Ainda que Manaus seja o terceiro Estado brasileiro em PIB per Capita, com R$ 13.534, Belém, Boa Vista e Palmas estão entre os do fim da fila, com R$ 4.875, R$ 4.749 e R$ 4.392, respectivamente. No ranking do Indice de Desenvolvimento Humano (IDH), o Estado que chega mais perto do topo é o Mato Grosso, em 11º lugar. Vai seguido sequentemente pelo Amapá, Amazonas, Rondônia, Tocantins, Pará, Acre e Roraima. O Maranhão é o penúltimo. O Acre tem o município líder na taxa de analfabetos: 60,7% dos 4,45 mil habitantes de Jordão não sabem ler ou escrever.

            (Para falarmos um pouquinho de teatro, segundo o Anuário de Estatísticas Culturais, publicado pelo MinC em 2009, a Região Norte tem 46 teatros, perde para todas as regiões. Não vou nem falar dos 689 teatros do Sudeste. Os últimos cinco Estados da lista em quantidade de teatros são do Norte. A maioria dos equipamentos teatrais da região, senão todos, fica nas capitais. Palmas (TO), por exemplo, tem um teatro para 220 mil habitantes).

            Considerando que isso seja resultado de uns quatro séculos de exploração em favor das metrópoles e da nação, ainda é um lugar onde o de fora aponta o que deve ser valorizado e explorado, indica o tipo de cultura apreciável, mostra o que se esperar para o futuro. Uma história de anulação da identidade cultural do ser humano da região, uma imposição de valores. Assim, Região Geoeconômica da Amazônia ou Complexo Regional Amazônico, entrou nesse século com sua identidade cultural em risco de desaparecimento, substituida por uma imagem estrangeira de exotismos, sem um projeto firme de desenvolvimento adequado à sua gente e à sua diversidade de expressão.

            Há uma situação a ser reparada, cuja responsabilidade é da nação. Há um reconhecimento a ser deflagrado sobre as possibilidades de um ser moderno, integrado à natureza, mesmo que em centros urbanos, sujeito da sua própria cultura (no caso dessa região, pela diversidade, diremos: culturas), capaz de escrever sua história. Atitude de grandeza humana para além de detrimentos entre regiões e sim de completude de uma expressão nacional. O "Homo amazonius" deve apontar seus próprios modelos, com o respeito e o reconhecimento das demais populações brasileiras.

População da Amazônia em 2009 (estimado) 24.728.438

 

Fontes:

Revista Veja Especial Amazônia, editora Abril, ano 42, setembro 2009. http://veja.abril.com.br/especiais/amazonia/index.html

http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=354

http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_estados_do_Brasil_por_IDH#IDH_Renda

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142002000200008 Amazônia: uma história de perdas e danos, um futuro a (re)construir. de Violeta Refkalefsky Loureiro  (mestre em Sociologia pela Unicamp, doutora em Sociologia pelo Institut des Hautes Études de l'Amérique Latine (Paris) e professora da Universidade Federal do Pará).

http://www.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2009/10/cultura_em_numeros_2009_final.pdf

http://www.amazonia.org.br/