PORTO VELHO, EXECUTE A
LEI ALDIR BLANC INTEGRALMENTE. É URGENTE!!!
É com um misto de indignação e constrangimento, que o
Movimento PaCultura tomou conhecimento da notícia sobre a aplicação da Lei
Aldir Blanc no município de Porto Velho. Esta Lei veio para amparar,
minimamente, os segmentos culturais da capital neste momento de calamidade.
Segundo se divulgou junto ao Conselho Municipal de Cultura e
orquestrado pela FUNCULTURAL, o poder público abdicou de sua competência,
dispensando aproximadamente R$2.600.000 (dois milhões e seiscentos mil reais).
Além de confusa, essa comunicação tem gerado cruel aflição entre as categorias
artísticas, há quase seis meses em estado de penúria.
Os termos da Lei Aldir Blanc são claros: cabe ao município,
por meio da Funcultural, duas ações objetivas: (a) contemplar os espaços
culturais e (b) contemplar os editais setoriais. Não há desacordo jurídico em
relação a tais pontos.
Porém, de forma irresponsável e arbitrária, o poder público
municipal "optou" por dispensar o valor total de R$3.500.000,00 (três
milhões e quinhentos mil reais) a que a cultura local tem direito e visa
disponibilizar exclusivamente aos Editais Setoriais, no máximo, R$900.000,00
(novecentos mil reais). Gostaríamos que houvesse uma maior publicidade quanto a
essas questões, pois a transparência faz parte dos princípios da administração
pública e é fundamental para o melhor entendimento dos artistas-cidadãos.
Nossa revolta está na falta de medidas emergenciais por parte
da FUNCULTURAL. Muitos artistas passam necessidades e estão sem condições de
realizarem seus trabalhos, enquanto o poder público busca fugir às suas
responsabilidades. Precisamos de medidas para diminuir o impacto social e haverá recursos para isso.
A Lei Aldir Blanc é uma lei de Emergência Cultural, mas
atinge a toda sociedade. Os artistas, os espaços e grupos culturais necessitam.
Não há razão para fugir à responsabilidade pública em favor da barbárie,
convertendo os/as produtores/as culturais em mendicantes.
Esta Lei está amparada no estado de calamidade pública
(Decreto Legislativo nº 6, 20/03/2020), e suas consequências são bem
conhecidas, diante dos números de uma tragédia açodada pelo poder público: já
superando os 100 mil mortos.
Pretende-se tornar os artistas uma rima, inserindo-os nesta
estatística?
EXIGIMOS QUE SE APLIQUE INTEGRALMENTE A LEI ALDIR BLANC NO
MUNICÍPIO DE PORTO VELHO!
Movimento PaCultura - Porto Velho, 10 de agosto de 2020.
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