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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Porto Velho: A Igreja católica e o teatro

Adailtom Alves Teixeira

A Igreja Católica também cumpriu papel interessante na cultura, por meio das Comunidades Eclesiais de Base (CEB), pois criava espaço de convivência e expressão para os jovens, sendo um dos meios o teatro. Assim, no início da década de 1980, o MOJUCA, que depois veio se chamar O Filho do Homem – mesmo nome do espetáculo – e atual Grupo Êxodos, existente até hoje, foi uma de tais expressões.

Incentivado pelos membros da Teologia da Libertação, as CEBs agregavam as pessoas de uma determinada comunidade em torno de problemas comuns, além de estudarem a bíblia pelo método do ver-julgar-agir, fazendo com que seus integrantes discutissem e buscassem soluções aos problemas comuns. Muito forte nas décadas de 1970 e 1980, foi também, em muitos casos, espaços de oposição às arbitrariedades da ditadura civil-militar do período. Como o processo de avanço da chamada última fronteira se deu em tal contexto, isto é, a integração da região amazônica, não foi à-toa que houve muitos enfrentamentos por parte do poder instituído com os integrantes da Igreja, vista como adversária por defender os povos da floresta e se colocar contrária ao latifúndio que estava se constituindo na região (ver mais aqui).

Em Porto Velho, no campo teatral, uma das expressões surgidas nessas comunidades foi um grupo existente até hoje, o Grupo Êxodos, que realiza a encenação da Paixão de Cristo – O homem de Nazaré – no espaço chamado Jerusalém da Amazônia, inspirado em outra cidade cenográfica situada em Pernambuco. A encenação é realizada por dezenas de pessoas e assistidas por milhares. Abaixo um documento do princípio desse trabalho na cidade de Porto Velho.
Jornal Alto Madeira, Porto Velho 26 e 27 de abril de 1981, p.3.


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