Adailtom
Alves Teixeira
O Movimento Brasileiro de
Alfabetização (Mobral), criado durante a ditadura empresarial-militar (1964-1985), foi
um processo de educação de jovens e adultos em um Brasil de muitos analfabetos,
entretanto foi extremamente contraditório, posto ter sido criado em oposição à
uma educação popular, que tinha como modelo o método Paulo Freire – que acompanhava
as mudanças do país nos anos 1950 e 1960 (para
saber mais, aqui). Não obstante, o Mobral tinha também um braço cultural e
foi, ao que tudo indica, bastante ativo em Rondônia, realizando festivais,
cursos de teatro, entre outras atividades culturais. Os documentos aqui
apresentados, dão uma pequena mostra de tais processos.
Cláudio Vrena, criador do
grupo Cuniã, que começou sua carreira artística em Cacoal, afirma em entrevista
à Maria Luzia Ferreira Santos (2021), que ao saber que haveria um curso de
teatro de bonecos realizado pelo Mobral na capital, se deslocou até Porto Velho para conhecer de
perto essa experiência e nunca mais parou com o teatro de animação. Além da formação por meio de cursos,
é possível verificar que grupos teatrais eram convidados, como o Apocalipse,
que apresentou em 1981 na cidade de Ariquemes.
As ações do Mobral e quanto estas influenciaram ou não a cena artística local é mais um dos pontos ainda pouco conhecido e que merece ser melhor estudado. Cabe ressaltar que, apesar de sediado em Porto Velho, além do processo educativo, o Mobral realizava ações culturais em outras cidades. Abaixo apresentamos quatro documentos/matérias do jornal Alto Madeira acerca de ações da instituição em 1981.
Jornal Alto Madeira, 13 de março de 1981, p. 3. |
Jornal Alto Madeira, 20 de fevereiro de 1981, p. 3. |
Jornal Alto Madeira, 18 de junho de 1981, p. 3. |
Jornal Alto Madeira, 22 de julho de 1981, p. 1. |
Referências
SANTOS, Maria Luzia Ferreira. A arte de produzir bonecos e sua
manipulação: a estética e a plástica dos bonequeiros de Porto Velho-RO.
Porto Velho: Temática, 2021.
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