Pesquisar este blog

quinta-feira, 20 de junho de 2024

Políticas Públicas de Cultura: Consequências Práticas

                                                                                                            Adailtom Alves Teixeira

O poeta Ferreira Gullar afirmou que "a arte existe porque a vida não basta". Essa frase sintetiza a profunda ligação entre arte e existência humana, refletindo a ideia de que arte e vida são indissociáveis. Temos uma necessidade intrínseca de arte porque buscamos beleza em nossas vidas, e a arte, em suas diversas formas, nos oferece um manancial de experiências e belezas. Mais do que isso, a arte é uma forma de conhecimento sobre o mundo, oferecendo perspectivas únicas e críticas sobre a realidade que nos cerca.

Imagem retirada da internet.

Nem toda arte cabe no mercado. Muitas manifestações artísticas, especialmente aquelas que desafiam o status quo ou que pertencem a culturas marginalizadas ou subalternizadas, não encontram espaço no circuito comercial. É nesse contexto que as políticas públicas de cultura se tornam essenciais. Elas garantem a existência e a promoção dessas formas de arte, assegurando que a diversidade cultural seja preservada e que todos tenham acesso a produções culturais, independentemente de sua rentabilidade.

As políticas públicas de cultura estão amparadas na Constituição Federal de 1988, que estabelece a cultura como um direito de todos e um dever do Estado. Esse amparo legal reforça a importância do investimento em cultura como uma responsabilidade governamental, não apenas uma questão de mercado. A Constituição reconhece que o fomento à cultura é fundamental para o desenvolvimento humano e social.

Um povo culto custa menos aos cofres públicos. Cidadãos com acesso à cultura desenvolvem um senso crítico mais apurado, são mais engajados e cuidam melhor de si mesmos e de suas comunidades. A arte é um elemento transversal que perpassa diversas áreas da vida, influenciando positivamente a educação, a saúde e a segurança. Políticas culturais eficazes podem, portanto, gerar economias em outras áreas do orçamento público ao promover uma sociedade mais educada e integrada.

Além disso, a arte é geradora de renda e não de acúmulo. As indústrias culturais e criativas contribuem significativamente para a economia, gerando empregos, incrementando renda e fomentando o turismo. Essa geração de renda e emprego, via de regra costuma ser sempre inclusiva e sustentável, valoriza não apenas os aspectos econômicos, mas também os sociais, culturais, fortalece comunidades etc.

As consequências práticas das políticas públicas de cultura são amplas e profundas. Elas garantem a democratização do acesso à arte, promovem a inclusão social, e preservam a diversidade cultural. Além disso, ao fomentar o desenvolvimento cultural, contribuem para a formação de cidadãos mais conscientes e participativos, fortalecendo a coesão social.

Em suma, as políticas públicas de cultura são fundamentais para assegurar que a arte continue a existir e a florescer, enriquecendo nossas vidas e nossa sociedade. Elas reconhecem que a cultura não é um luxo, mas uma necessidade básica, e que investir em cultura é investir em um futuro melhor para todos/as. Por fim, cabe lembrar o que afirmou Gilberto Gil: "Precisa acabar com essa coisa de que cultura é uma coisa extraordinária. Cultura é ordinária. É igual feijão com arroz. É necessidade básica. Tem que está na mesa, tem que está na cesta básica de todo mundo." Que os nossos governantes, especialmente em Rondônia, se atentem a este fato, sobretudo porque estamos na periferia do Brasil e uma afirmação de nossa identidade passa por uma arte e cultura fortes e elas só serão com investimentos em políticas públicas e com respeito às produções artísticas e seus/suas criadores/as.

sexta-feira, 7 de junho de 2024

Teatro de Grupo e Criação de Repertório no CCDH: Um Encontro com o Núcleo Ás de Paus

 

O Centro Cultural e de Documentação Histórica do Judiciário de Rondônia (CCDH) receberá o evento Teatro de Grupo e Criação de Repertório, que ocorrerá no dia 10 de junho, às 14h. Este encontro contará com a presença dos integrantes do Núcleo Ás de Paus de Londrina/PR, um coletivo teatral renomado que acumula mais de 15 anos de trajetória artística e cultural.

Núcleo Ás de Paus: Rogério Francisco Costa, Camila Feoli
e Thunay Tartari. Foto: Divulgação

O Núcleo Ás de Paus foi criado em 2008 e tem como foco a investigação teatral colaborativa, com integrantes que são atores, diretores e produtores. Suas obras têm como destaque o trabalho vocal e o uso de pernas de pau, máscaras e bastões, de modo a criarem um prolongamento dos artistas em suas performances, ampliando, assim, sua potência poético-estética. O coletivo, composto pelos artistas Camila Feoli, Rogério Francisco Costa e Thunay Tartari, apresenta-se em espaços públicos abertos e salas tradicionais em todo o país. Sua participação no evento proporcionará uma oportunidade única para os participantes compreenderem os desafios e as conquistas do processo de criação coletiva e da manutenção de um repertório dinâmico e relevante.

A conversa será mediada pelos professores Adailtom Alves Teixeira e Jussara Trindade Moreira, ambos docentes do Curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Federal de Rondônia (UNIR). O intuito da conversa é enriquecer o debate com suas perspectivas acadêmicas e práticas sobre o teatro e a construção de repertórios.

Este evento é uma iniciativa importante para a troca de conhecimentos e experiências entre artistas, estudantes e entusiastas do teatro. Todos estão convidados a participar desta tarde de aprendizado.

 

Serviço:

Evento: Teatro de Grupo e Criação de Repertório

Data: 10 de junho de 2024

Horário: 14h

Local: Centro Cultural e de Documentação Histórica do Judiciário de Rondônia (CCDH) – Rua Rogério Weber, 2396 – Caiari (em frente a praça das Três Caixas d`Água)

GRATUITO

Informações: (69) 98120-8611

segunda-feira, 3 de junho de 2024

XV Festival Amazônia Encena na Rua

Adailtom Alves Teixeira





O XV Festival Amazônia Encena na Rua, um dos maiores festivais de teatro de rua do Brasil, ocorrerá nos dias 07, 08 e 09 de junho de 2024. No entanto, apesar de sua importância, enfrentou novamente desafios significativos para assegurar os recursos necessários para sua realização. Este festival é um significativo evento cultural que celebra a arte pública de rua e reúne diversos grupos teatrais, oferecendo ao público uma experiência única e envolvente.



Este ano, o festival será realizado na Arena do Complexo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM), retomando o local de edições anteriores, espaço que simboliza a rica história e o marco zero de Rondônia. O local, patrimônio histórico, é um símbolo também da região amazônica.



O XV Festival Amazônia Encena na Rua é uma celebração da resistência e da criatividade artística, mesmo enfrentando desafios financeiros para continuar trazendo cultura e entretenimento de qualidade para o público, mantém-se como um dos mais longevos do país nessa modalidade. Por isso, já que o poder público ainda não se deu conta de tal importância, a participação da comunidade e o apoio ao festival são fundamentais para a continuidade deste evento que já se consolidou como um dos mais importantes do calendário cultural brasileiro.


A programação totalmente gratuita reúne espetáculos teatrais e de dança bem diversificados e para todos os públicos e idades. Confira abaixo.



Programação:

Data: 07/06/2024 - a partir das 19h

Espetáculo: Leno Queria Nascer Flor

Grupo: Núcleo Ás de Paus (PR)



Espetáculo: Índigenas da Amazônia

Grupo: Cia Yaporanga (RO)



Data: 08/06/2024 - a partir das 18h

Espetáculo: Cabaré Ruante

Grupo: Teatro Ruante (RO)


Espetáculo: Encontro de Gigantes

Grupo: Núcleo Ás de Paus (PR)



Data: 09/06/2024 - a partir das 18h

Espetáculo: Que Palhaçada é Essa?

Grupo: O Imaginário (RO)



Espetáculo: Fagulha

Grupo: Núcleo Ás de Paus (PR)